RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

A troca da comissão técnica do São Paulo, que dispensou Levir Culpi e contratou Oswaldo Alvarez, representa para o clube uma economia de R$ 180 mil por mês.
O valor é suficiente para pagar quase três salários do meia Souza, que ganha R$ 65 mil mensais.
Os dirigentes não escondem o alívio por terem conseguido uma redução drástica na folha de pagamento da comissão. "Hoje, o São Paulo não tem dívidas, mas não dava para continuar pagando o que o Levir recebia", disse Paulo Amaral, presidente do São Paulo.
A Folha apurou que as somas dos salários de Alvarez, do preparador físico Walter Grassman e do auxiliar técnico Ivo Secchi, novos funcionários do clube indicados pelo treinador, chega a R$ 75 mil (veja quadro nesta página).
Culpi, seu auxiliar Luiz Matter, o coordenador Gilberto Moraes, que administrava o CT, e o preparador físico Carlinhos Neves, todos dispensados, representavam um gasto mensal de R$ 255 mil.
Só o salário de Culpi, dispensado por causa da série de atritos que teve com a diretoria do clube, significava uma despesa de R$ 160 mil por mês. Outro exemplo da economia que a equipe fará a partir de agora é a diferença entre o salário do auxiliar de Culpi e o do técnico Alvarez, que ganhará R$ 10 mil a mais que o ajudante e cunhado de seu antecessor no clube.
O dinheiro poupado com a saída de Culpi e de seus companheiros deverá ser usado para ajudar a cobrir a folha de pagamento.
Segundo Paulo Amaral, a redução de custos não será tão radical entre os jogadores. O dirigente nega que pretenda negociar os principais atletas da equipe.
"Existem vários setores em que podemos reduzir custos no clube. Não vamos mexer na equipe com esse objetivo", declarou.
Até agora três jogadores estão fora dos planos. O meia Beto e o lateral-direito Pimentel foram devolvidos ao Flamengo. Eles estavam emprestados até o final do ano. O volante Axel não interessa a Alvarez, e o clube está liberado para negociar o passe do atleta.
Apesar de os dirigentes são-paulinos terem esperanças de continuar com o atacante Marcelo Ramos, emprestado pelo Cruzeiro, o clube mineiro já descartou a possibilidade.
A negociação entre as duas diretorias fracassou porque o São Paulo se recusou a pagar US$ 4 milhões pelo atacante e tentou trocá-lo por Carlos Miguel. Mas o Cruzeiro só aceita uma troca pelo lateral-direito Belletti, o que inviabilizou o negócio.
Sem Marcelo Ramos, o São Paulo quer contratar dois atacantes. Um para ser titular ao lado de França e outro para a reserva.
A idéia é pagar pouco pelos reforços, de preferência trazendo jogadores emprestados.
"Existem bons atacantes no mercado por um preço razoável. Os clubes estão precisando de dinheiro", afirmou Amaral.
O São Paulo também quer contratar por empréstimo um lateral-direito para ficar na reserva.



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