São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2000

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VÔLEI
Quadra reprovada obriga Palmeiras a mandar jogos em Guarulhos, e Vasco muda para usar estrutura já existente
Clubes investem no esporte, mas torcida é órfã na Superliga

ERICH BETING
DA REPORTAGEM LOCAL

A torcida dos dois únicos clubes de futebol que estão participando da Superliga masculina estará órfã durante a disputa da competição mais importante do país.
Palmeiras e Vasco não jogarão em seus ginásios nesta Superliga. As duas equipes mandarão seus jogos em Guarulhos (SP) e Três Corações (MG), respectivamente.
O clube paulista, após disputar a Superliga-99 patrocinado pelas Faculdades Oswaldo Cruz, montou uma parceria com a prefeitura de Guarulhos para a temporada.
Já o Vasco fez o papel do patrocinador para a Superliga. O clube carioca juntou-se à Associação Atlética Sul Mineira, da cidade de Três Corações, no interior de Minas Gerais. Esta é a quarta Superliga do time mineiro, que em cada edição competiu com um patrocinador diferente do ano anterior.
A estrutura já existente da equipe de Três Corações foi um dos motivos para o Vasco abandonar o Rio, onde poderiam ser realizadas as partidas em que o time tivesse o mando de quadra.
"O Vasco entrou apenas como patrocinador do time, e por isso mantivemos a estrutura em Três Corações", disse o supervisor da equipe, Henrique Antonio Dias.
Segundo Dias, o fato de jogar em Minas pode até ser positivo para a presença de público. O supervisor acredita que o número de torcedores nos jogos deverá ser maior em Três Corações do que se todas as partidas fossem no Rio.
"No geral, é até melhor jogar em Três Corações. Nós tivemos a melhor média de público da Superliga do ano passado." Dias, porém, acha que o Vasco poderia mandar algumas partidas no Rio. "Poderíamos ter um bom público no Rio nos jogos grandes", afirmou.
O supervisor também acha que, se mais clubes do futebol estivessem no vôlei, os ginásios estariam mais cheios. "Se times tradicionais como Flamengo, Grêmio e Cruzeiro estivessem no vôlei, poderíamos ter mais público", disse.
Sem ter o mesmo poder de escolha do time do Vasco, o Palmeiras foi "obrigado" a adotar a cidade de Guarulhos no torneio mais importante do calendário nacional.
"Nossa quadra não está em condições de jogo. A vistoria feita pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) vetou o ginásio do Parque Antarctica para a Superliga", afirmou o supervisor da equipe paulistana, Carlos Kamal.
Segundo ele, como o clube aguarda a definição de uma parceria econômica que viabilize o projeto de reformulação das áreas de lazer do clube, o ginásio não foi reformado para a temporada.
"Por causa do projeto de ampliação do estádio, decidiu-se não reformar o ginásio", disse Kamal.
Sem quadra, o Palmeiras foi obrigado a utilizar o ginásio João do Pulo, em Guarulhos, para mandar suas partidas. Isso, porém, não é novidade para a equipe, que já realizou algumas de suas partidas do Campeonato Paulista na quadra da cidade.
"Nós dividimos as sedes dos jogos com Guarulhos (no Estadual) já para tentar atrair um público, para formar uma identidade com a torcida", afirmou Kamal.
A mudança do local dos jogos, porém, não influenciou na presença do público, segundo o supervisor. "(A presença do público) Depende muito da fase do time e do adversário. Em Guarulhos, o ideal seria jogar em outro ginásio, que fica ao lado de uma escola. Aí atrairíamos o público mais jovem", disse.
No lançamento da Superliga deste ano, o presidente da CBV, Ary da Graça Filho, incentivou a participação dos clubes de futebol no vôlei. Para o dirigente, com os clubes também nas quadras, suas torcidas poderiam aumentar a média de público nos ginásios.


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