São Paulo, segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

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COI se reúne para discutir heranças do doping

MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A LAUSANNE

A discussão sobre doping no esporte, com destaque para o caso da velocista americana Marion Jones, deve dominar os três dias de reuniões do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional, que começam hoje em Lausanne, na Suíça.
Entre os outros assuntos na pauta do COI estão o debate sobre apostas no esporte, a adoção de regras que deverão ser seguidas por atletas que mantêm blogs durante competições e um balanço de como estão os preparativos para a Olimpíada de Pequim, no ano que vem.
Uma das decisões mais esperadas é sobre o destino das medalhas de Marion Jones. Há dois meses, a velocista confessou o uso de substâncias ilícitas para melhorar o desempenho antes da Olimpíada de Sydney-2000, quando ganhou cinco medalhas, três delas de ouro.
Jones já devolveu as medalhas e agora pode ser condenada pela Justiça comum dos EUA por ter mentido às autoridades federais.
A expectativa é de que o COI retire definitivamente os prêmios da atleta e a exclua definitivamente do esporte. Mas a decisão sobre sua "herança" olímpica não será simples.
O presidente do COI, Jacques Rogge, disse que somente atletas "limpas" receberão as medalhas de Jones e que a decisão de quem ficará com elas não será "automática".
O exemplo mais evidente disso é o da grega Katerina Thanou, prata nos 100 m rasos em Sydney, que pode ficar sem o ouro. Thanou envolveu-se numa controvérsia na Olimpíada de Atenas-2004 ao se recusar a fazer um exame antidoping.
Para o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, a explosão nos casos de doping é resultado direto do avanço científico.
"É uma luta eterna entre os que querem melhorar o desempenho ilicitamente e as autoridades", disse Nuzman, que esteve em Lausanne. "E o avanço técnico ocorre nos dois lados."
O destino das medalhas de Jones deve ser anunciado na quarta-feira, quando os três membros do Comitê Disciplinar farão suas recomendações.
Umas das possibilidades é a de que o título dos 100 m feminino de Sydney fique vago até que a inocência da grega Thanou seja 100% comprovada.

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