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COI se reúne para discutir heranças do doping
MARCELO NINIO
ENVIADO ESPECIAL A LAUSANNE
A discussão sobre doping no
esporte, com destaque para o
caso da velocista americana
Marion Jones, deve dominar os
três dias de reuniões do Comitê
Executivo do Comitê Olímpico
Internacional, que começam
hoje em Lausanne, na Suíça.
Entre os outros assuntos na
pauta do COI estão o debate sobre apostas no esporte, a adoção de regras que deverão ser
seguidas por atletas que mantêm blogs durante competições
e um balanço de como estão os
preparativos para a Olimpíada
de Pequim, no ano que vem.
Uma das decisões mais esperadas é sobre o destino das medalhas de Marion Jones. Há
dois meses, a velocista confessou o uso de substâncias ilícitas
para melhorar o desempenho
antes da Olimpíada de Sydney-2000, quando ganhou cinco
medalhas, três delas de ouro.
Jones já devolveu as medalhas e agora pode ser condenada pela Justiça comum dos
EUA por ter mentido às autoridades federais.
A expectativa é de que o COI
retire definitivamente os prêmios da atleta e a exclua definitivamente do esporte. Mas a
decisão sobre sua "herança"
olímpica não será simples.
O presidente do COI, Jacques Rogge, disse que somente
atletas "limpas" receberão as
medalhas de Jones e que a decisão de quem ficará com elas
não será "automática".
O exemplo mais evidente disso é o da grega Katerina Thanou, prata nos 100 m rasos em
Sydney, que pode ficar sem o
ouro. Thanou envolveu-se numa controvérsia na Olimpíada
de Atenas-2004 ao se recusar a
fazer um exame antidoping.
Para o presidente do Comitê
Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, a explosão nos
casos de doping é resultado direto do avanço científico.
"É uma luta eterna entre os
que querem melhorar o desempenho ilicitamente e as autoridades", disse Nuzman, que esteve em Lausanne. "E o avanço
técnico ocorre nos dois lados."
O destino das medalhas de
Jones deve ser anunciado na
quarta-feira, quando os três
membros do Comitê Disciplinar farão suas recomendações.
Umas das possibilidades é a
de que o título dos 100 m feminino de Sydney fique vago até
que a inocência da grega Thanou seja 100% comprovada.
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