São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

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TÊNIS

Saudade não tem fim


Ano ainda não acabou, mas já deixa na lembrança tenistas como Gustavo Kuerten, Jonas Bjorkman e Justine Henin

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O ANO NEM terminou, e já tem gente deixando saudade.
Desnecessário citar Gustavo Kuerten, que mostrou para milhões de brasileiros como o tênis é um esporte bonito, intenso e justo.
De ilustre desconhecido, cabeludo com roupa colorida em amarelo e azul na final do Aberto da França, em 1997, a grande ídolo, cabeludo com roupa colorida em amarelo e azul no último jogo em Roland Garros em maio, Guga deu ao tênis nacional dimensão nunca antes vista.
Mesmo que Maria Esther Bueno tenha mais feitos, foi com Guga que brasileiros se empolgaram, aprenderam a diferença entre ace e backhand e puderam ficar em frente à TV ou pegar seu jornal e ver orgulhosos um compatriota bater nomes históricos do tênis, americanos, russos, suecos, espanhóis, argentinos.
Competitivo que é, o torcedor brasileiro quer um novo Guga. Melhor não cair na armadilha. Ainda que alguém repita as conquistas, não haverá ineditismo e doses de sacrifício que marcaram sua história. Que, com a aposentadoria, eterniza-se.
Assim como fica para sempre o talento e a esportividade do sueco Jonas Bjorkman, outro que disse "adeus" neste ano. Ao longo de 17 temporadas, desfilou categoria, elegância, simpatia e disciplina. Inteligente, foi quarto do mundo.
Em 1997, perdeu a chance de marcar seu nome de outra forma, ao ser batido por Greg Rusedski na semifinal do Aberto dos EUA, único jogo de que fala com melancolia. Bjorkman mostrou o tênis como alegria, em 414 vitórias em simples e 709 em duplas, e aprendizado, nas 362 derrotas em simples e 306 em duplas.
Ganhar ou perder é do jogo. Jogar melhor amanhã é de cada um. Esse recado Bjorkman nos deixa.
E Justine Henin? Número um, favorita para o quinto título do Aberto da França, a melhor do mundo, indiscutivelmente, anunciou de súbito sua aposentadoria e pediu para sair, de imediato, do ranking.
A discussão de quem merecia ser a número um do mundo já deixa claro que falta alguém incontestável. É porque não tem mais Justine Henin.
Ah, saudade...

OUTRO QUE PÁRA
O holandês Martin Verkerk, 30, surpreendeu a todos ao chegar à decisão de Roland Garros em 2003. Perdeu de Juan Carlos Ferrero, mas foi 14º do mundo.

VOLTA
Jelena Dokic, loira, linda, número quatro, pai intempestivo, lembra? Pois, aos 25, ela se acertou com a federação australiana e planeja voltar seriamente ao circuito. Após cair fora do ranking, é a 179ª hoje.

MAIS MENINAS
Teliana Pereira conquistou título em Buenos Aires. Em Fortaleza, Natalia Guitler bateu Nathalia Rossi na final e faturou o future local.

reandaku@uol.com.br



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