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sob pressão
Traffic ameaça deixar Palmeiras se cartola sair
J. Hawilla, dono da parceira do clube, entra na briga política que atinge o time
Executivo defende Gilberto Cipullo, homem forte do futebol, e cria saia justa para presidente, que tem sofrido pressão para demitir Muricy
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
J. Hawilla, o dono da Traffic,
mandou recado ontem à diretoria do Palmeiras. Afirmou
que, se Gilberto Cipullo for tirado do comando do futebol,
ele também deixará o clube.
Hawilla, que sofreu um acidente e não compareceu a almoço na terça no Clube dos 13,
no Rio, está irritado com o presidente palmeirense, Luiz Gonzaga Belluzzo, por deixar que
outras correntes do clube fritem seu homem de confiança.
O apoio do empresário dá
mais força a Cipullo na queda
de braço para tirar Muricy Ramalho do comando do time. O
executivo da Traffic também não quer mais o treinador.
A Folha já havia noticiado a
insatisfação do empresário
com o ex-comandante do São
Paulo, fato negado por Hawilla.
No meio do fogo cruzado, Belluzzo ainda não decidiu o que fazer. Ontem, em contato por
telefone com a reportagem, conversou a respeito da dívida do clube, mas deixou claro que
não falaria sobre futebol.
"Quero resolver tudo com calma", foi o máximo que o
presidente disse a respeito do
momento político conturbado enfrentado pelo Palmeiras.
Um dia antes, afirmara ao site Globoesporte que Cipullo,
que é vice-presidente eleito,
não havia pedido para deixar o
posto de homem forte do futebol no clube alviverde.
Ontem pela manhã, o cartola
participou do evento de lançamento do G4 (união dos quatro
grandes clubes de São Paulo),
ao lado dos colegas Andres Sanchez e Juvenal Juvêncio.
Belluzzo saiu antes do fim da
reunião porque tinha "um almoço com uma pessoa muito
importante". Cercado por jornalistas na porta de seu carro,
disse que não responderia sobre a situação política do clube.
Bateu a porta do carro e não falou com os repórteres.
Cipullo entrou em rota de colisão com Muricy a partir do
empate do Palmeiras com o Sport, no dia 11 de novembro, quando queria a demissão do
treinador ainda naquela noite.
O desgaste que o levou a pensar em deixar a linha de frente
do futebol palmeirense, porém,
começou ainda no episódio da demissão de Vanderlei Luxemburgo, em junho. Ele não queria. Belluzzo deu a palavra final e mandou o treinador embora.
O fiasco do time no Brasileiro foi a gota d'água para que o
processo de desgaste aumentasse até em seu próprio grupo
político, o Muda Palmeiras, o qual Belluzzo também integra.
Um grupo de conselheiros do clube já publicou uma carta pedindo a saída de toda a atual
cúpula do futebol, incluindo os diretores Savério Orlandi e Genaro Marino e o gerente Toninho Cecílio, único deles que é funcionário remunerado.
Eles argumentam que os dirigentes não tiveram pulso firme para controlar os nervos da
equipe na reta final, citando as diversas declarações públicas de jogadores atirando contra o
próprio time alviverde.
Fala-se que, se Cipullo for limado, os demais pedirão para sair, em solidariedade ao vice.
Enquanto os bastidores não se acalmam, pipocam "candidatos" para tomar o lugar de
Cipullo, entre eles, o também vice Salvador Hugo Palaia.
Hoje, Belluzzo, que tem sofrido pressão para demitir Muricy, poderá se reunir com Hawilla para falar de 2010.
Gente de dentro do Palmeiras afirma que as mudanças serão inevitáveis. Resta agora saber qual lado elas atingirão.
Colaborou RENAN CACIOLI,
da Reportagem Local
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