São Paulo, quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

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Deficit no ano já ultrapassa R$ 21 milhões

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Frustrante dentro de campo, o final de ano no Palmeiras será apertado fora dele. Até 31 de outubro, o deficit acumulado em 2009, primeiro ano da gestão de Luiz Gonzaga Belluzzo, já ultrapassava os R$ 21 milhões.
Só o futebol profissional, grande aposta do presidente para a temporada, soma mais de R$ 6 milhões de prejuízo.
Até abril, quando o clube ainda não investira pesado na luta por uma taça, o deficit no futebol representava quase metade desse valor.
No segundo semestre, o Palmeiras trocou um treinador caro (Vanderlei Luxemburgo) por outro (Muricy Ramalho), comprou de volta da parceira Traffic o volante Pierre e ainda trouxe o centroavante Vagner Love, o maior salário no elenco.
"Você só fecha o futebol no azul se vender jogador", afirma Belluzzo, que prevê cortes em todos os departamentos do clube em 2010 para tentar equilibrar as contas.
O problema, no caso, é que os principais nomes do elenco atual nem pertencem ao clube. Estão emprestados, caso do zagueiro Danilo, ou são da Traffic, como Cleiton Xavier e Diego Souza.
Restam as promessas de atletas das categorias de base, prática que o Palmeiras vem tentando resgatar. O último grande talento forjado no Parque Antarctica foi o próprio Vagner Love, que estourou em 2003.
Sendo assim, a perda do título brasileiro após a equipe ter liderado o campeonato por 17 rodadas significou não apenas um fracasso técnico mas também a chance desperdiçada de melhorar a saúde financeira do clube.
Só da CBF, o campeão recebeu R$ 5 milhões. Há ainda uma quantia paga pelo Clube dos 13, além dos bônus dos patrocinadores. No Palmeiras, a Samsung havia anunciado no começo do ano que trabalhava com uma tabela de prêmios que variava de R$ 100 mil a R$ 600 mil.
Sem títulos e novas fontes de receita, o Palmeiras segue recorrendo aos empréstimos bancários para "girar a máquina", como define o diretor financeiro Fábio Raiola.
"O dinheiro mais barato que existe é o de banco, ainda mais com a oferta, a quantidade de bancos que existem no mercado", diz o dirigente.
Segundo o balancete de outubro, a dívida apenas com o banco Banif já passa dos R$ 13 milhões, valor parecido ao devido no banco BIC.
A ideia da diretoria é trocar as dívidas, ou seja, diminuir o montante devido em impostos utilizando os recursos colhidos nos bancos.
Desde 2004, quando terminou a temporada com superavit de quase R$ 9 milhões que o Palmeiras não consegue mais findar um ano com as contas no azul.
"Estamos tentando, aos poucos, colocar o clube no caminho", afirma Raiola.


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