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Deficit no ano já ultrapassa R$ 21 milhões
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Frustrante dentro de campo, o final de ano no Palmeiras será apertado fora dele.
Até 31 de outubro, o deficit
acumulado em 2009, primeiro ano da gestão de Luiz
Gonzaga Belluzzo, já ultrapassava os R$ 21 milhões.
Só o futebol profissional,
grande aposta do presidente
para a temporada, soma mais
de R$ 6 milhões de prejuízo.
Até abril, quando o clube
ainda não investira pesado
na luta por uma taça, o deficit
no futebol representava quase metade desse valor.
No segundo semestre, o
Palmeiras trocou um treinador caro (Vanderlei Luxemburgo) por outro (Muricy
Ramalho), comprou de volta
da parceira Traffic o volante
Pierre e ainda trouxe o centroavante Vagner Love, o
maior salário no elenco.
"Você só fecha o futebol no
azul se vender jogador", afirma Belluzzo, que prevê cortes em todos os departamentos do clube em 2010 para
tentar equilibrar as contas.
O problema, no caso, é que
os principais nomes do elenco atual nem pertencem ao
clube. Estão emprestados,
caso do zagueiro Danilo, ou
são da Traffic, como Cleiton
Xavier e Diego Souza.
Restam as promessas de
atletas das categorias de base, prática que o Palmeiras
vem tentando resgatar. O último grande talento forjado
no Parque Antarctica foi o
próprio Vagner Love, que estourou em 2003.
Sendo assim, a perda do título brasileiro após a equipe
ter liderado o campeonato
por 17 rodadas significou não
apenas um fracasso técnico
mas também a chance desperdiçada de melhorar a saúde financeira do clube.
Só da CBF, o campeão recebeu R$ 5 milhões. Há ainda uma quantia paga pelo
Clube dos 13, além dos bônus
dos patrocinadores. No Palmeiras, a Samsung havia
anunciado no começo do ano
que trabalhava com uma tabela de prêmios que variava
de R$ 100 mil a R$ 600 mil.
Sem títulos e novas fontes
de receita, o Palmeiras segue
recorrendo aos empréstimos
bancários para "girar a máquina", como define o diretor financeiro Fábio Raiola.
"O dinheiro mais barato
que existe é o de banco, ainda
mais com a oferta, a quantidade de bancos que existem
no mercado", diz o dirigente.
Segundo o balancete de
outubro, a dívida apenas com
o banco Banif já passa dos R$
13 milhões, valor parecido ao
devido no banco BIC.
A ideia da diretoria é trocar as dívidas, ou seja, diminuir o montante devido em
impostos utilizando os recursos colhidos nos bancos.
Desde 2004, quando terminou a temporada com superavit de quase R$ 9 milhões que o Palmeiras não
consegue mais findar um ano
com as contas no azul.
"Estamos tentando, aos
poucos, colocar o clube no
caminho", afirma Raiola.
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