DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2000, já com dois títulos de Roland Garros, Gustavo Kuerten foi incluído na campanha da ATP chamada New Balls Please (bolas novas, por favor) para promover os novos talentos do circuito.
Guga tinha como companheiros de marketing o espanhol Juan Carlos Ferrero e o suíço Roger Federer, que, na época, começavam a despontar. O brasileiro saiu na frente, tanto que terminou aquele ano no primeiro lugar do ranking.
Agora, a situação é bem diferente. Há dois anos, Kuerten não disputa o Masters, torneio que réune os melhores da temporada.
Já Ferrero e Federer, ao lado do americano Andy Roddick, que em 2000 pouco atuou no circuito profissional, dominaram o circuito na temporada passada.
Juntos, conquistaram três dos quatro Grand Slams da temporada. Foram os três também que chegaram ao Masters de Houston em condições de terminar a temporada como número um.
A vantagem de Ferrero, terceiro na Corrida-2003, para o americano Andre Agassi, quarto, foi de quase 160 pontos, ou seja, mais do que a quantia destinada a um vice-campeão de Grand Slam, 140.
Ao terminar a temporada como líder do ranking, Roddick, 21, por pouco não quebrou o recorde de precocidade -o australiano Lleyton Hewitt ocupou o posto em 2000 com apenas 20 anos.
Mas, com Federer, 22, e Ferrero, 23, forma o trio mais jovem a ocupar as primeiros colocações do ranking no final da temporada desde o seu advento, em 1973.
Guga, 27, afirma que, no momento, não pode ter ambição de desbancar seus "ex-companheiros", tanto que evita estipular uma posição no ranking como meta para a temporada de 2004.
"Primeiro, preciso da regularidade que me faltou no ano passado. Mas estou motivado e sei que tenho condições de ganhar desses caras aí", afirmou Kuerten.
O técnico Larri Passos disse que a atual temporada será bem diferente para os jovens que brilharam no circuito em 2003.
"Eles chegaram lá. Vamos ver como eles jogam sob pressão."
Além dos três, Guga deve ter a concorrência de outros ex-companheiros da turma de 2000, que tentam voltar aos holofotes.
Hewitt, 22, que permaneceu um ano e meio como o número um do ranking, caiu de produção em 2003, mas, após um exílio voluntário, ajudou a Austrália a conquistar o título da Copa Davis.
O russo Marat Safin, 22, também pouco jogou no ano passado por causa de uma lesão no pulso. Sua última vitória em uma partida oficial aconteceu em abril.
Neste início de temporada, porém, ganhou dois dos três jogos que disputou pela Copa Hopman.
Mas a concorrência não fica limitada à nova geração. O veterano Andre Agassi, 33, é o tenista que mais vezes derrotou Guga: sete. (FERNANDO ITOKAZU)

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