São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2004

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FUTEBOL

Em seu 90º aniversário, clube aposta em grupo de 2003 e prioriza Paulista para lembrar rivais que continua grande

Palmeiras "renasce" sob euforia e trauma

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras abre a temporada que marca sua volta à elite do futebol nacional -e também seus 90 anos de existência- ainda sob o efeito de sua experiência na Série B do Brasileiro em 2003.
Depois de fechar um ano como campeão da segunda divisão e, na avaliação da torcida e de dirigentes, recuperar parte do prestígio arranhado com o rebaixamento em 2002, o clube vê no Paulista-2004 uma maneira de voltar a vencer torneios de primeira divisão e restabelecer de vez a confiança típica de elencos dos grandes clubes do país.
Para o técnico Jair Picerni, o Estadual será prioridade, apesar de o clube jogar simultaneamente a Copa do Brasil, que dá ao campeão uma vaga na Libertadores. "Dão muita importância à Libertadores. Estamos preocupados com o Paulista, que é tradição."
Na avaliação do treinador, um título estadual deixará o time pronto para jogar o Brasileiro da Série A após um ano longe.
Para isso, o Palmeiras aposta no grupo de 2003. "A aposta não está sendo feita agora. Foi feita no ano passado, quando a diretoria colocou a molecada para jogar a Série B", analisa o volante Magrão.
Dos quatro clubes grandes de São Paulo, o Palmeiras, que hoje faz amistoso contra o Oeste, em Itápolis, às 16h, é o único que não apresentou "pacotes" de novos jogadores e sua diretoria diz não ter pressa para negociar.
Ao contrário do que fizeram São Paulo, Corinthians e Santos, a equipe só trouxe o zagueiro Nen -ele, porém, não deve ser titular.
Apesar disso, a diretoria não se mostra preocupada em reforçar o time antes do início do Paulista.
Um caso emblemático é a falta de laterais-esquerdos. Com a não renovação do contrato de Lúcio, o Palmeiras conta em seu elenco com apenas um atleta para a posição: Marquinhos, que chegou no começo de 2003 para ser titular, mas não se firmou.
O mesmo vale para o ataque, outro setor que, na avaliação de Picerni, é carente de jogadores.
Após o fim da temporada passada, o Palmeiras perdeu dois atacantes (Thiago Gentil e André), e o único atleta do setor que chegou é o desconhecido Valdo, 23, que estava no Palmeiras-BA, e foi integrado ao elenco anteontem, a pedido de Picerni, para passar por uma semana de testes.
A atual postura é diferente da adotada antes da do título da Série Bn, quando era consenso que, para jogar na primeira divisão, seria necessário reforçar a equipe.
Após o triunfo, a postura mudou. Técnico e jogadores dizem que, mesmo sem trazer novos atletas, o time tem condições de ir bem e até ganhar campeonatos. "Acho que nós e o Santos saímos na frente porque ambos os times mantiveram os elencos", diz Marcos, a estrela palmeirense.
Para o atleta, "nem sempre quem contrata mais acaba campeão". Os palmeirenses certamente torcerão para que seu goleiro esteja certo.



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