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agonia e êxtase
Copa Africana começa com luto e gols
Joe Klamar/France Presse
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Atletas de Mali e Angola, durante os minutos de silêncio pelos mortos em Cabinda
Abertura tem homenagem às vítimas do atentado contra a delegação togolesa e empate em 4 a 4 entre Angola e Mali
"Não há nada a temer", diz presidente angolano, sobre a segurança do torneio; no jogo, anfitriões abrem 4 a 0, mas não seguram resultado
DA REPORTAGEM LOCAL
Festa, luto e uma partida dramática marcaram o início da
Copa Africana de Nações, em
Luanda, capital angolana.
"Aqui estamos. Que ganhe o
melhor", exclamou o presidente angolano José Eduardo dos
Santos no estádio 11 de Novembro, principal sede da competição e construído para o evento
por uma empreiteira chinesa.
Diante de um público de 50
mil pessoas, o presidente não
fugiu do principal tema no começo do torneio: a emboscada
das Flec (Forças de Libertação
do Estado de Cabinda) ao ônibus da delegação do Togo.
"Condenamos esse ato de
terrorismo, porém a competição continuará em Cabinda.
Não há a nada a temer", disse o
presidente em seu discurso.
Enquanto a seleção togolesa
retornava para casa, a festa no
11 de Novembro apresentava
danças típicas, que contavam a
história de Angola, e uma chuva
de fogos de artifícios.
Antes de a bola rolar, jogadores de Angola e Mali ficaram
em linha, frente a frente, em
dois minutos de silêncio em homenagem aos três mortos no
atentado contra a delegação togolesa, na última sexta-feira.
Quando o jogo começou, porém, os 50 mil angolanos presenciaram um jogo atípico.
Após um início morno, os angolanos do técnico português
Manuel José passaram a ter
mais controle de bola, mas sem
criar oportunidades claras.
Do outro lado, o astro malinense Kanouté, do Sevilla, também não conseguia assustar a
defesa do time da casa.
A história do jogo começou a
ser escrita aos 36min. Flavio
abriu o placar para os angolanos ao cabecear ótima bola alçada na área em cobrança de
falta do lado esquerdo.
Seis minutos depois, o cruzamento veio do outro lado, mas
Flavio estava na área novamente para ampliar o marcador.
Com 2 a 0 no intervalo, a torcida angolana continuava fazendo festa no 11 de Novembro,
que seguiu no segundo tempo.
Logo no começo da etapa final, Diarra, malinense do Real
Madrid, assustou ao concluir
uma bola na pequena área para
a defesa de Carlos Fernandes.
O angolano Gilberto, um dos
melhores em campo até o momento, sofreu pênalti aos
19min e precisou bater duas vezes para fazer 3 a 0. Pouco depois, em novo pênalti cavado
por Gilberto, Manucho transformava a vitória em goleada.
Aí, começou outro jogo.
A conhecida falta de foco dos
africanos quando estão ganhando, e tão comentada em
Copas do Mundo passadas, se
abateu sobre os angolanos.
A começar pelo goleiro. Carlos Fernandes deixou escapar
uma bola fácil e, após bate e rebate, Keita, do Barcelona, marcou o primeiro de Mali.
Faltavam apenas 12 minutos
para o fim do tempo regulamentar. Aos 43min, apareceu a
estrela do atacante malinense
Kanouté, que marcou o segundo em bela cabeçada: 4 a 2.
Já nos acréscimos, Keita
marcou o terceiro de Mali, e aos
50min saiu o gol do heroico
empate, de autoria de Yatabare,
para o completo desespero de
torcedores, jogadores e comissão técnica angolanos.
Hoje, no mesmo 11 de Novembro, Argélia e Maláui disputam o segundo jogo do grupo. Quem vencer assumirá a
ponta. Os dois primeiros de cada grupo vão às quartas de final.
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