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Após desistir, Togo ainda cogita retornar ao torneio
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre sábado e ontem, a seleção do Togo desistiu de disputar a Copa Africana de Nações,
voltou atrás de sua retirada,
mas recebeu ordem de seu governo para deixar Angola. Agora, cogita voltar ao campeonato, mas não sabe se poderá.
Ontem, o ministro dos Esportes togolês, Christophe
Tchao, declarou: "Os jogadores
estão indo com os corpos de
seus irmãos mortos [para o Togo], e nós pedimos à CAF [confederação africana] que encontre uma maneira de entrarmos
mais tarde na competição".
O ministro deseja que o Togo
volte após os três dias de luto
oficial iniciados hoje. O time estrearia no torneio nesta segunda, contra Gana, em Cabinda,
Província em que o ônibus da
delegação foi atacado na sexta.
Na manhã de ontem, atletas e
comissão técnica, que diziam
não ter clima para jogar no torneio, mudaram de ideia.
"Pessoas morreram por conta desta Copa e outras estão feridas. Ficaremos aqui por causa
deles e também para que os rebeldes não fiquem por cima",
disse Romao, meio-campista
do francês Grenoble que, até a
noite anterior, era um dos articuladores da desistência.
O governo togolês intercedeu. "A equipe tem de voltar.
Entendemos a posição dos jogadores, mas seria irresponsabilidade das autoridades togolesas deixá-los continuar", afirmou o primeiro-ministro Gilbert Fossoun Houngbo.
Na sexta-feira, o ônibus que
levava a delegação do Togo sofreu um ataque perpetrado pelas Flec (Forças de Libertação
do Estado de Cabinda).
Logo após o atentado, Romao
se transformou em porta-voz
do boicote: "Se podemos boicotar a Copa Africana de Nações,
temos que fazê-lo. Só pensamos em voltar para casa".
No sábado, Romao queria
que o boicote do Togo fosse ampliado. "Estamos conversando
com as outras seleções do nosso grupo [Burkina Fasso, Costa
do Marfim e Gana] para tentar
convencê-los a boicotar também", disse ao "L'Equipe".
Autoridades togolesas mostravam no sábado sintonia com
os jogadores. "O governo pediu
à equipe que regressasse. Não
podemos continuar nessas circunstâncias dramáticas", disse
o porta-voz Pascal Bodjona.
Agora, o Togo aguarda decisão da Confederação Africana
de Futebol, que já havia aceitado a saída do time na Copa.
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