São Paulo, segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após desistir, Togo ainda cogita retornar ao torneio

DA REPORTAGEM LOCAL

Entre sábado e ontem, a seleção do Togo desistiu de disputar a Copa Africana de Nações, voltou atrás de sua retirada, mas recebeu ordem de seu governo para deixar Angola. Agora, cogita voltar ao campeonato, mas não sabe se poderá.
Ontem, o ministro dos Esportes togolês, Christophe Tchao, declarou: "Os jogadores estão indo com os corpos de seus irmãos mortos [para o Togo], e nós pedimos à CAF [confederação africana] que encontre uma maneira de entrarmos mais tarde na competição".
O ministro deseja que o Togo volte após os três dias de luto oficial iniciados hoje. O time estrearia no torneio nesta segunda, contra Gana, em Cabinda, Província em que o ônibus da delegação foi atacado na sexta.
Na manhã de ontem, atletas e comissão técnica, que diziam não ter clima para jogar no torneio, mudaram de ideia.
"Pessoas morreram por conta desta Copa e outras estão feridas. Ficaremos aqui por causa deles e também para que os rebeldes não fiquem por cima", disse Romao, meio-campista do francês Grenoble que, até a noite anterior, era um dos articuladores da desistência.
O governo togolês intercedeu. "A equipe tem de voltar. Entendemos a posição dos jogadores, mas seria irresponsabilidade das autoridades togolesas deixá-los continuar", afirmou o primeiro-ministro Gilbert Fossoun Houngbo.
Na sexta-feira, o ônibus que levava a delegação do Togo sofreu um ataque perpetrado pelas Flec (Forças de Libertação do Estado de Cabinda).
Logo após o atentado, Romao se transformou em porta-voz do boicote: "Se podemos boicotar a Copa Africana de Nações, temos que fazê-lo. Só pensamos em voltar para casa".
No sábado, Romao queria que o boicote do Togo fosse ampliado. "Estamos conversando com as outras seleções do nosso grupo [Burkina Fasso, Costa do Marfim e Gana] para tentar convencê-los a boicotar também", disse ao "L'Equipe".
Autoridades togolesas mostravam no sábado sintonia com os jogadores. "O governo pediu à equipe que regressasse. Não podemos continuar nessas circunstâncias dramáticas", disse o porta-voz Pascal Bodjona.
Agora, o Togo aguarda decisão da Confederação Africana de Futebol, que já havia aceitado a saída do time na Copa.


Texto Anterior: Em Cabinda, Drogba comanda Costa do Marfim
Próximo Texto: Após fiasco, Ferrari se apoia em simulador
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.