São Paulo, sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

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AmBev afirma que está no seu direito

DO ENVIADO A HONG KONG

A AmBev admite que o amistoso da seleção brasileira em Hong Kong pouco tem a ver com marketing do guaraná Antarctica, o produto que deveria estar associado ao time nacional.
"Resolvemos não fazer nada desta vez. Recebemos algumas opções da CBF e optamos por Hong Kong. Isso é um direito da empresa", afirmou Adilson Miguel, diretor da AmBev que cuida da relação com a seleção.
Assim, fica claro que a principal missão da partida contra Hong Kong foi colocar US$ 1 milhão no cofre da empresa de bebidas, como determina o contrato.
A AmBev também reconheceu que a associação com a Carlsberg teve peso na hora de mandar o Brasil jogar em Hong Kong. "É claro que isso é importante", afirma o executivo da empresa.
Por mais que a CBF já tenha demonstrado desgosto com os rumos que a AmBev deu ao contrato, nenhuma parceria é hoje tão rentável para a confederação como a mantida com a multinacional de bebidas. Por um contrato de 18 anos, a CBF recebe US$ 10 milhões (R$ 26 milhões) anuais.
A Vivo, companhia de telefonia que recentemente fechou com a CBF, pagará metade desse valor.
A AmBev substituiu a Coca-Cola, patrocinadora do time nacional por muitos anos e que desfez a parceria em clima nada amigável -seu contrato foi rescindido antes do término.
Com seu outro grande patrocinador, a Nike -que paga US$ 12 milhões/ano mas não tem mais direito de explorar amistosos-, a CBF já teve problemas por ceder os direitos na organização desses jogos. E empresa americana foi fortemente criticada por marcar confrontos contra rivais de baixa categoria em datas e locais inapropriados, como ocorreu agora no confronto com Hong Kong marcado pela AmBev.
Esse foi um dos fatores que levaram o contrato entre CBF e Nike ser investigado em uma CPI realizada na Câmara em Brasília.
Além de seus patrocinadores, a CBF busca uma quarta empresa para investir na seleção. Assim como a Vivo e a Nike (depois da mudança do contrato da última), o novo parceiro não deve ter o direito de explorar amistosos do time nacional. (PC)


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