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"Rejeitado", Corinthians desafia tabu
Time tenta quebrar jejum de quatro anos contra São Paulo, a quem não vence há 11 jogos e acusa de protegido da mídia
Considerado favorito e em alta, clube do Morumbi, que já foi "amarelão" por conta do clássico, agora é quem ri da abstinência adversária
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
São quase quatro anos de um
tabu. Na história, um foi responsável pela queda de 14 técnicos do outro. Na era MSI, que
já tem dois anos, o Corinthians
jamais venceu o São Paulo.
O jejum deixa feridas no Parque São Jorge, e ninguém lá esconde a birra em relação ao rival. Os são-paulinos se divertem e respondem com um arsenal de gozações. As diferenças
novamente virão à tona no clássico das 16h, no Morumbi.
Os dois, diga-se, têm o mesmo número de pontos no Paulista (15), mas o Corinthians
vem embalado pela maior goleada -5 a 0 no Rio Claro.
O sentimento corintiano de
hoje já foi vivido do outro lado,
antes de 2003, quando a equipe
tricolor perdeu decisões em seqüência para os adversários.
O time passou a ser chamado
de "amarelão", e o Morumbi foi
batizado pelo ex-vice de futebol
do Corinthians Antonio Roque
Citadini de "salão de festas".
Na fase atual, com os papéis
invertidos, os corintianos se dizem perseguidos pela mídia. E
ela, afirmam eles, protege em
demasia o São Paulo.
"Se um jogador chega ao Corinthians, é promessa, se chega
ao São Paulo, é craque. Aqui tudo é ruim. Lá é tudo uma maravilha", reclama Edvar Simões.
Renato Duprat, homem forte
do futebol, também critica.
"Como o São Paulo está nessa
fase, se contrata um atleta errado, ninguém percebe", afirma.
O técnico Leão, que disse não
reconhecer o tabu por ter enfrentado os são-paulinos só
uma vez no comando do Corinthians -e empatado-, reconhece que o "salão de festas" se
virou para o dono.
"O São Paulo tem o favoritismo porque joga em sua casa",
diz ele, que aponta o oponente
como o time a ser "caçado".
"Todos querem vencer o campeão brasileiro", declara ele,
que não corre o risco de ser o
15º técnico degolado se perder.
O São Paulo agradece e ri. Depois de conquistar o Brasileiro-06, a diretoria tricolor resolveu
vender placas de grama do Morumbi. O diretor do clube Julio
Casares não perdeu a piada.
"Vou mandar uma para o
Parque São Jorge para ver se
nasce um estádio", brincou.
Provocador contumaz, o superintendente de futebol Marco Aurélio Cunha exibiu uma
camiseta com os números 31/2, 0
e 1/2. "Isso representa o número de títulos brasileiros deles
porque o de 2005 foi ajudado
pela arbitragem, o zero é por
não ter a Libertadores, e o 1/2 é
do Mundial de 2000, que foi
um torneio de verão", falou.
Marco Aurélio está na Índia
com o time B do São Paulo.
"Não sei como ele não ligou para vocês [jornalistas]. Não
agüenta ficar sem dar entrevista", disse Muricy Ramalho.
O técnico rebateu as palavras
do corintiano Roger, que apontou o São Paulo como o "time
da moda, queridinho da imprensa". "Aqui não tem nada de
queridinho, não. É trabalho."
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