Diante do lanterna do Paulista-07, Santos tenta manter liderança e invencibilidade na temporada

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A habilidade que Kléber demonstra com a bola nos pés não é a mesma que o jogador santista tem com as palavras.
Reservado e muitas vezes monossilábico, o lateral-esquerdo prefere usar o talento que tem para o futebol como seu cartão de visitas, em vez dos microfones para pedir, por exemplo, uma convocação para a seleção brasileira.
"Isso quem decide é o Dunga", declara Kléber, toda vez que é indagado por jornalistas sobre a chance de vestir a "amarelinha" outra vez.
O lateral-esquerdo tem mais uma chance de mostrar que seu talento pode levá-lo à seleção hoje, às 18h10, quando o invicto Santos enfrenta o lanterna Santo André, no ABC.
Apesar de atuar fora de casa, o atual campeão paulista tem como vantagem o péssimo aproveitamento do adversário, que ainda ainda não sabe o que é vencer no campeonato.
Aclamado por colegas e pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, que o tem como homem de confiança e como o melhor ala canhoto do Brasil, Kléber prefere ser humilde e espera nova chance de representar o país.
"Já fui para a seleção oito vezes, a primeira com o Felipão, em 2002. Fui chamado no ano passado, mas foi num momento em que o Santos estava numa fase importante do Brasileiro, prestes a conseguir a vaga para a Libertadores, e eu acabei não indo", relembra.
"Mas, se agora está na hora de ir novamente, depende somente dele [Dunga]. Ele é quem sabe a hora certa de me chamar", afirmou Kléber.
Além de admirador confesso do lateral, Luxemburgo tem ainda uma importância especial em sua carreira.
"Foi ele [Luxemburgo] quem me levou para a equipe profissional do Corinthians, em 1998. Foi o primeiro treinador a me dar uma oportunidade no futebol, e sou grato por isso."
Líder no ranking de assistências na equipe ao lado do atacante Fabiano -ambos já deram três passes que resultaram em gol-, Kléber demonstra modéstia ao falar sobre a precisão de seus passes.
"Não tem nada demais e nenhum treinamento específico. Só cruzo bem porque é da minha função e passo bem porque comecei a carreira como meia", disse o xodó de Luxemburgo.
E, para quem pensa que o lateral pode sair do clube após a disputa da Libertadores, como deve acontecer com o zagueiro Antônio Carlos e os meias Cléber Santana e Zé Roberto, Kléber, 26, evitar tomar uma decisão, deixando a com a diretoria.
"Minha cabeça hoje está voltada para o Santos", declara o lateral. "Se aparecer alguém e o time quiser me negociar e for vantajoso, tudo bem. Só penso em ficar", completa Kléber, que ainda possui vínculo com um clube da Suíça.