Ex-número um do tênis mundial disputa na Costa do Sauípe o primeiro torneio de sua turnê de despedida das quadras

Brasileiro afirma não estar no nível competitivo dos rivais e volta a dizer que problema físico impediu mais 5 ou 6 anos de carreira

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL À COSTA DO SAUÍPE

Há mais de dez anos Gustavo Kuerten surpreendeu o mundo ao conquistar Roland Garros. Agora, Guga sabe que terá novamente que surpreender para conseguir um bom resultado na Costa do Sauípe, torneio que abre sua turnê de despedida das quadras, a partir de hoje.
"Não chego a estar no nível competitivo dos caras", afirmou Guga, 31, que não disputa uma partida oficial de simples desde março do ano passado.
O ex-número um do mundo, que sofreu duas cirurgias no quadril e ocupa agora somente o 677º posto, estréia amanhã contra o argentino Carlos Berlocq, 75º do ranking da ATP. Diz que "terá que estar inspirado" para vencer.
Para o brasileiro, que conquistou dois títulos no único torneio de primeira linha do tênis brasileiro, isso lhe dá a vantagem de ficar mais tranqüilo.
"Desde que anunciei a aposentadoria, minha expectativa é me manter na ativa e jogar", disse ele, para quem o torneio na Bahia "é o começo do fim".
Hoje, com Andre Baran, ele estréia na chave de duplas contra Fabio Fognini e Filippo Volandri. A programação começa às 15h30 (de Brasília), e o jogo de Guga é o último do dia.
O brasileiro disse que pretende "desfrutar" os últimos torneios que tem pela frente.
Sobre os planos de jogar em Pequim, em agosto, Guga disse que aguarda convite da Federação Internacional de Tênis, mas também dependeria do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). "Seria interessante disputar minha terceira Olimpíada. Seria mais um presente para minha carreira", afirmou ele.
Já o argentino festejou o fato de o sorteio ter colocado o tricampeão de Roland Garros como seu adversário na estréia.
"É lindo poder jogar com o Guga antes de sua aposentadoria", disse Berlocq, 24, que nunca ergueu um troféu de primeira linha e demonstrou muito respeito por Guga. "Se ele estiver treinando, está em forma."
Já Guga, apesar de demonstrar estar contente com a turnê de despedida, novamente deu a entender que suas glórias poderiam ter sido muito maiores se não tivesse enfrentado problemas físicos.
"Poderia ter prolongado minha carreira por 5 ou 6 anos. Nos últimos anos, poderia ter engrenado", afirmou.
Ao anunciar sua aposentadoria, em janeiro, Guga disse que, se tivesse mais alguns anos de carreira, poderia atingir resultados próximos de nomes como Andre Agassi, Pete Sampras, Bjorn Borg e Roger Federer.