São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Egito leva o título africano pela 6ª vez

Time bate Camarões, que teve Eto'o sumido e zagueiro vilão, como ocorreu na eliminatória para 2006

DA REPORTAGEM LOCAL

Camarões, seus zagueiros e o astro Samuel Eto'o não dão sorte mesmo contra o Egito.
Ontem, na final da Copa da África, em Gana, os egípcios venceram o badalado adversário por 1 a 0 e conquistaram seu sexto título da competição (o segundo seguido), abrindo vantagem como os maiores vencedores do torneio continental, disputado desde a década de 50. Se tivesse vencido, Camarões iria se igualar ao adversário com cinco taças.
A partida teve um roteiro parecido com outra decepção recente sofrida por Camarões diante do Egito.
Em 2005, os árabes já estavam eliminados, mas foram os responsáveis por Camarões ter perdido uma vaga na Copa da Alemanha, no jogo derradeiro das duas equipes nas eliminatórias africanas.
Mesmo como visitante, o Egito arrancou um empate em 1 a 1, que beneficiou a Costa do Marfim. Na ocasião, Eto'o, o artilheiro do Barcelona, teve atuação apagada e ainda foi protagonista do lance que acabou sendo capital.
Já nos acréscimos, Camarões teve um pênalti a seu favor, que convertido classificaria o time. Mas Eto'o teria se recusado a bater, tarefa que ficou a cargo do zagueiro Wome, que desperdiçou a chance. Depois, teve casa e carro destruídos por torcedores. Ainda teve que deixar o próprio país às pressas e voltar para a Itália, onde jogava na época pela Inter de Milão.
Ontem, o vilão foi o zagueiro e capitão Song. Ele tinha a bola dominada na intermediária, mas, de forma bisonha, a perdeu para Zidan, que rolou para Aboutrika tocar na saída do goleiro e marcar o gol do título, aos 32min do segundo tempo.
Logo depois da falha grotesca, Song colocou a camisa na boca e olhou para o céu, lamentando o erro.
Em 1986, as duas seleções também decidiram a Copa da África, e também daquela vez o Egito levou a melhor.
Na edição de 2008, o Egito se mostrou mais firme do que Camarões tanto na competição como no confronto derradeiro, que teve as presenças de Joseph Blatter, presidente da Fifa, e de José Mourinho, português ex-técnico do Chelsea.
Os egípcios chegaram na decisão invictos, com quatro vitórias e um empate. Camarões já havia perdido uma vez na primeira fase, justamente diante do Egito, por 4 a 2.
O país árabe ainda tinha um melhor saldo de gols (nove, contra oito de Camarões) e uma defesa mais segura (cinco contra sete).
Na final, o agora hexacampeão africano criou as melhores chances, mas esbarrava nas defesas de Kameni.
Isolado no ataque, Eto'o teve uma boa chance apenas na primeira etapa.
Só depois que o Egito abriu o placar Camarões resolveu abandonar a cautela e partiu para cima do adversários, mas com muito mais empolgação do que organização.
Logo depois do fim do jogo, milhares de egípcios saíram às ruas do Cairo comemorando o título. As emissoras de TV classificavam os atletas e a comissão técnica como heróis.


Com agências internacionais

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