São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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Reizinho

Robinho faz a seleção funcionar

Atacante comanda time na vitória contra a Itália com golaço, dribles desconcertantes e pose de líder

Brasil 2
Itália 0
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Após ter dado a assistência para o gol, Robinho festeja com Elano, que abriu o placar ante a Itália


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Robinho ganhou o colo de Dunga. Em troca, fez o técnico passar com louvor no primeiro teste da seleção brasileira com a sombra do agora desempregado Luiz Felipe Scolari.
Com um gol, dribles desconcertantes e postura de líder, o camisa 11 foi o grande nome da vitória do Brasil sobre a Itália por 2 a 0, ontem, em Londres.
Isso em meio ao caos que virou sua vida pessoal depois da acusação de estupro em uma boate inglesa, o que gerou uma blindagem em cima dele, com direito a assessores europeus contratados a peso de ouro e uma trupe de seguranças e familiares no hotel que abrigou a seleção brasileira em Londres.
Dunga, que nunca escondeu ter Robinho como o seu pupilo preferido, apoiou o jogador do Manchester City desde o início-chegou a criticar quem o "condenou por antecipação".
E o atacante correspondeu. No primeiro jogo entre os dois últimos campeões mundiais em quase 12 anos, ele já levantava os braços pedindo o incentivo da torcida logo nos minutos iniciais. Quando achava que o Brasil estava sendo prejudicado pela arbitragem, reclamou com pose de capitão.
O mais importante, porém, era o que fazia dentro de campo, especialmente no primeiro tempo. Foi quando o Brasil fez dois gols, jogando bem, o que evitou qualquer manifestação dos milhares de brasileiros nas arquibancadas do Emirates Stadium em favor de Scolari, que preferiu ver o jogo de casa, nos arredores de Londres.
A vitória colocou o Brasil à frente na história do confronto entre os dois países -até ontem empatado no número de vitórias para cada lado (cinco) e em gols marcados (19).
Antes de brilhar, o Brasil ainda foi ajudado pelo trio de arbitragem, que anulou, alegando impedimento, um gol legal de Grosso, logo aos 4min.
Aos 14min, uma triangulação entre Ronaldinho, Robinho e Elano acabou com o último chutando da marca do pênalti para vencer o goleiro Buffon e abrir o placar.
Elano é o artilheiro brasileiro na era "Emirates Stadium", arena onde o Brasil já jogou quatro vezes desde 2006 -ele já havia marcado duas vezes contra a Argentina.
O momento mais sublime do jogo aconteceu aos 27min. Robinho roubou a bola de Pirlo, cortou com um drible certeiro Zambrotta e chutou rasteiro, cruzado, para fazer 2 a 0.
Para o segundo tempo, Marcelo Lippi, o técnico italiano, reformulou de forma radical sua equipe, com quatro substituições. Dunga manteve o time.
A Itália novamente teve um gol anulado, desta vez corretamente, depois que Luca Toni praticamente segurou a bola com as mãos antes de vazar Júlio César. O lance deixou os italianos nervosos, a pontos de fazerem faltas violentas -acabaram com três cartões amarelos.
Antes do apito final, Dunga substituiu Robinho, para que ele saísse ovacionado e sendo anunciado como o melhor da partida pela organização.
A seleção volta a campo agora no final de março, quando enfrenta, em Quito, o Equador pelas eliminatórias, competição em que está em segundo lugar, a seis pontos do líder Paraguai.


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