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Palmeiras vence, mas rival também festeja em Teresina
Com organizadas lado a lado e ao som de "vuvuzela", time
de Muricy Ramalho pouco cria e não elimina jogo de volta
Flamengo-PI 0
Palmeiras 1
RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A TERESINA
O Palmeiras não conseguiu
eliminar o jogo da volta contra
o Flamengo-PI. Em Teresina,
porém, ninguém reclamou. O 1
a 0 acabou agradando a alviverdes, ganhadores, e rubro-negros, que terão a oportunidade
de disputar mais um confronto,
no dia 24, em São Paulo.
Ao som da "vuvuzela do
Piauí" de fundo, a torcida se dividiu entre o time da casa e os
astros forasteiros vestidos de
verde. Teresina aplaudiu tanto
a correria do camisa 10 local,
Antônio Carlos, quanto a classe
dos toques do camisa 10 adversário, Cleiton Xavier.
Na verdade, o duelo transformou-se em uma grande festa,
perdendo um pouco da conotação de rivalidade entre a camisa
de uma equipe grande vinda de
fora e a rubro-negra.
Enquanto o Palmeiras se
aquecia no campo, parte dos
torcedores acomodados nas cadeiras vibrava com Diego Souza. Outros xingavam.
Mancha Alviverde e Nação
Fla, facções rivais de Palmeiras
e de Flamengo-PI, sentaram-se
lado a lado, sem divisórias.
O que vale, no final das contas, é a paixão pelo jogo. Exemplo disso é que a reportagem foi
indagada mais de uma vez por
torcedores perguntando o placar de outros duelos, como o do
São Paulo contra o Monterrey,
pela Libertadores. Um desses
fãs disse ser são-paulino.
Na Flagaita, uma das organizadas do Flamengo-PI, uma
buzina de caminhão virou potente instrumento de percussão que ditou o ritmo da empolgação no estádio. Um toque
certo na bola, por exemplo, ganhava uma sequência de buzinadas secas. Um passe torto,
porém, merecia um aperto longo, simulando a sonora vaia.
O Albertão não silenciou em
momento algum do jogo que
opôs 11 atletas dispostos a fazer
história e outros 11 lutando para espantar qualquer zebra.
O primeiro grupo de atletas
levou o estádio ao delírio duas
vezes na etapa inicial. Primeiro,
quando trocou seis passes consecutivos, colocando o oponente "na roda". Depois, quando
Joniel conseguiu acertar a trave de Deola, aos 18min.
Já o segundo mais preocupou Muricy Ramalho do que
empolgou os palmeirenses presentes. O time criou pouco.
No segundo tempo, com o 0 a
0 ainda brilhando no placar eletrônico do Albertão, a torcida
começou a gritar por Jardel.
O atacante, acima do peso,
era quase um auxiliar do técnico Valter Maranhão antes de
entrar na partida. Vez ou outra
levantava da cadeira de plástico
que funciona como banco de
reservas e passava alguma instrução para o "professor".
Antes que o ídolo piauiense
pudesse entrar, porém, Diego
Souza festejou seu gol, aos
30min. Jardel só pisou no gramado aos 48min. Não deu nem
um toque na bola sequer.
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