São Paulo, quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

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FUTEBOL

A Libertadores está no papo


Na década em que os times brasileiros mais endeusaram o torneio e que só ganharam duas edições, volta a soberba


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A IMPRESSÃO geral no Brasil é a de que os cinco clubes do país na Libertadores são, de longe, os grandes favoritos ao título. O fato de Boca Juniors e River Plate não estarem neste ano na disputa pinta como fator a mais para o enorme otimismo, que já ocorreu nos últimos três anos, quando Grêmio, Fluminense e Cruzeiro perderam a final.
Parece mesmo difícil aprender algumas lições simples. Nesta década, é preciso lembrar, o Brasil ganhou apenas duas Libertadores. Isso muito por causa da soberba que costuma imperar por aqui e por causa do desconhecimento dos adversários. E faz tempo que não vivemos mais na "época em que os brasileiros não davam muito valor à Libertadores", o que era verdade só até a página 9.
Há flamenguistas e corintianos que parecem ter esquecido os últimos jogos de seus clubes na Libertadores. Os dois eram grandes favoritos e festejaram o resultado de ida fora de casa contra rivais enfraquecidos, diminuídos e engordados. Os vexames foram épicos. Eu lembro.
A última partida do Cruzeiro em 2009 também foi uma lição. O Estudiantes, professor no ano passado, está de volta, com Verón e com um time tão copeiro quanto o de 2009, que por pouco não dobrou o Barcelona, mas "não é Boca nem River".
Hoje, é muito pior pegar o Vélez Sarsfield do que o River Plate. E o já não tão temido Boca perdeu do Newell's Old Boys por 4 a 2 no sábado.
Concordo que os cinco brasileiros chegam fortes à disputa, mas nem a classificação deles para o mata-mata está garantida. A atual fase de grupos não permite vacilos, ainda mais porque não são todos os segundos colocados que se classificam.
O grupo do Cruzeiro não é mais fraco que vários grupos da Champions League. Nesta década, o Flamengo já foi lanterna de chave (em 2002), e o Inter, como campeão, naufragou na fase de grupos (2007).
É bom lembrar também que, pelas regras, se os brasileiros avançarem em peso, possivelmente se matarão até a semifinal -o São Paulo sucumbe ante conterrâneos desde 2006.
Ah, e a final será só depois da Copa, quando o planeta já será outro.

O ONCE CALDAS NO PAPO
Tem goleiro mais seguro e atacantes mais rápidos do que em 2004.

O MONTERREY NO PAPO
A equipe estreou sem vários titulares, mas, enfim, um campeão mexicano vigente joga a Libertadores.

O RACING NO PAPO
O primeiro rival do Corinthians se defende bem. E tem bola parada.

A PARADONA NO PAPO
Em disputas internacionais, como a Libertadores, a paradona no pênalti não é admitida. Mas ela ficou consagrada por moleques mexicanos talentosos e divertidos, Chaves e Kiko: http://is.gd/866n6.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


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