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Périplo escancara desordem do Nacional
Nova Iguaçu atrasa em viagem de ônibus de mais de 24 horas a Salvador
Problema mecânico impede time de chegar a tempo para compromisso no torneio de basquete, e partida pode gerar imbróglio em torneio
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enfraquecido pelo boicote
dos clubes paulistas, o Nacional
masculino de basquete sofreu
mais um episódio que demonstra o sucateamento do torneio.
O Nova Iguaçu, último colocado da competição -perdeu
seus 12 jogos-, não apareceu
para pegar o Salvador, na capital baiana, no último dia 4. O relatório da arbitragem e do representante chegou ontem à
confederação brasileira, no Rio.
O time da Baixada Fluminense alega que não chegou a
tempo devido a problemas com
o ônibus. Segundo Keller Cardoso, supervisor do Nova Iguaçu, o elenco iniciou viagem às
18h30 de segunda e só cumpriu
os 1.364 km que separam as
duas cidades às 21h45 de terça.
"O farol não acendia e perdemos uma hora e meia no trânsito do Rio para consertá-lo na
garagem da empresa", conta.
Além disso, a porta demorava
para fechar a cada parada. "A
idéia era chegar até as 14h de
terça. Paramos só para comer.
No dia do jogo bateu o desespero e nem jantamos. O time comeria só depois da partida."
Para completar, Cardoso ainda esqueceu o celular em um
posto em Itaboraí-RJ. "Liguei
de um orelhão para avisar que
nosso time iria atrasar."
O problema é que o ônibus se
perdeu quando chegou à cidade, atrasando mais a viagem.
"Eles nos ligaram dizendo
que se apresentariam às 21h.
Esperamos até 21h30, quando
suspendemos o jogo", diz Marcelo Falcão, diretor do Salvador, que calcula em R$ 5.000 o
prejuízo com o jogo cancelada.
"Temos que pagar taxa de arbitragem, seguranças, ambulância e outras despesas. Além
disso, tivemos que devolver o
dinheiro dos ingressos", relata.
O prejuízo do Salvador em
um jogo é metade do valor gasto pelo Nova Iguaçu em um
mês. "Sem patrocínio, vivemos
de contribuições. A prefeitura
não ajuda", afirma Cardoso,
que espera mudar a situação.
"Nosso projeto está iniciando e levamos o nome de Nova
Iguaçu para o país inteiro",
completa o dirigente, lembrando que a equipe foi o penúltima
no Nacional-07, obtendo apenas três vitórias em 23 jogos.
A pouca verba obriga o time a
viajar só de ônibus. A escassa
ajuda para viagens já fez os times de São Paulo desistirem do
Nacional e criarem a Supercopa, com oito equipes.
Falcão espera ganhar por
WO -no regulamento, o placar
seria 20 a 0. "Nossa posição é
não jogar de novo." O imbróglio
pode ficar maior. Se o Comitê
Executivo aceitar as alegações
do Nova Iguaçu, marcará novo
jogo. E, dessa vez, a vitória por
WO pode ser do time do Rio.
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