São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2008

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Périplo escancara desordem do Nacional

Nova Iguaçu atrasa em viagem de ônibus de mais de 24 horas a Salvador

Problema mecânico impede time de chegar a tempo para compromisso no torneio de basquete, e partida pode gerar imbróglio em torneio


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Enfraquecido pelo boicote dos clubes paulistas, o Nacional masculino de basquete sofreu mais um episódio que demonstra o sucateamento do torneio.
O Nova Iguaçu, último colocado da competição -perdeu seus 12 jogos-, não apareceu para pegar o Salvador, na capital baiana, no último dia 4. O relatório da arbitragem e do representante chegou ontem à confederação brasileira, no Rio.
O time da Baixada Fluminense alega que não chegou a tempo devido a problemas com o ônibus. Segundo Keller Cardoso, supervisor do Nova Iguaçu, o elenco iniciou viagem às 18h30 de segunda e só cumpriu os 1.364 km que separam as duas cidades às 21h45 de terça.
"O farol não acendia e perdemos uma hora e meia no trânsito do Rio para consertá-lo na garagem da empresa", conta.
Além disso, a porta demorava para fechar a cada parada. "A idéia era chegar até as 14h de terça. Paramos só para comer. No dia do jogo bateu o desespero e nem jantamos. O time comeria só depois da partida."
Para completar, Cardoso ainda esqueceu o celular em um posto em Itaboraí-RJ. "Liguei de um orelhão para avisar que nosso time iria atrasar."
O problema é que o ônibus se perdeu quando chegou à cidade, atrasando mais a viagem.
"Eles nos ligaram dizendo que se apresentariam às 21h. Esperamos até 21h30, quando suspendemos o jogo", diz Marcelo Falcão, diretor do Salvador, que calcula em R$ 5.000 o prejuízo com o jogo cancelada.
"Temos que pagar taxa de arbitragem, seguranças, ambulância e outras despesas. Além disso, tivemos que devolver o dinheiro dos ingressos", relata.
O prejuízo do Salvador em um jogo é metade do valor gasto pelo Nova Iguaçu em um mês. "Sem patrocínio, vivemos de contribuições. A prefeitura não ajuda", afirma Cardoso, que espera mudar a situação.
"Nosso projeto está iniciando e levamos o nome de Nova Iguaçu para o país inteiro", completa o dirigente, lembrando que a equipe foi o penúltima no Nacional-07, obtendo apenas três vitórias em 23 jogos.
A pouca verba obriga o time a viajar só de ônibus. A escassa ajuda para viagens já fez os times de São Paulo desistirem do Nacional e criarem a Supercopa, com oito equipes.
Falcão espera ganhar por WO -no regulamento, o placar seria 20 a 0. "Nossa posição é não jogar de novo." O imbróglio pode ficar maior. Se o Comitê Executivo aceitar as alegações do Nova Iguaçu, marcará novo jogo. E, dessa vez, a vitória por WO pode ser do time do Rio.


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