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Em Caracas, Fla vence sob pontapés e ofensas
Polícia tem que atirar para conter torcida local
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Com pouca tradição no futebol, a torcida venezuelana do
Caracas recebeu o Flamengo
com cânticos argentinos, bandeiras de Hugo Chávez e Che
Guevara, roubo das faixas da
torcida adversária, pontapés,
bola de beisebol e gritos de "garimpeiros". Houve até tiros da
polícia, aparentemente de festim, no final da partida.
Encurralados no canto da arquibancada, as centenas de flamenguistas passaram por apuros no intervalo do jogo, quando vários torcedores do Caracas pularam a grade para arrancar as faixas do Flamengo.
Rubro-negros tentaram impedir, mas, em minoria, foram
recebidos a golpes e pontapés.
A confusão durou dois minutos
-policiais só assistiram.
Também não faltaram objetos. No final do primeiro tempo, o atacante Vagner Love
quase foi alvejado por uma bola
de beisebol, o esporte mais popular da Venezuela. Depois, reservas do Flamengo alegaram
ter sido atingidos pela torcida.
Pelos alto-falantes do estádio, o Caracas pedia ao seus torcedores para pararem de lançar
objetos, mas foi em vão.
Enquanto isso, apoiadores
do Caracas chamavam os atletas cariocas de "garimpeiros",
atividade ilegal que mobiliza
brasileiros na fronteira amazônica entre os países.
A torcida caraquista não parou de apoiar a equipe, mesmo
com a desvantagem no placar
durante quase toda a partida.
Cantava no ritmo da murga, tipo de percussão argentina.
Em campo, o Flamengo fez o
primeiro gol aos 35min do primeiro tempo, com Vagner Love, de pênalti. Os venezuelanos
empataram aos 20min do segundo, com Castellín, após expulsão do rubro-negro Toró.
Mas a equipe carioca segurou
a pressão e ainda fez 3 a 1, com
Vagner Love e Rodrigo Alvim.
Ao final da partida, torcedores do Caracas entraram em
confronto com a polícia ainda
dentro do estádio. Tiros, aparentemente de festim, foram
disparados contra os espectadores. Até a conclusão desta
edição, não havia informações
sobre feridos ou presos.
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