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Estreantes espalham apreensão em "grandes"
Equipes temem que carros
lentos atrapalhem na pista
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SAKHIR
Na queda de braço com a FIA
no ano passado, as equipes venceram. Com o anúncio da criação de uma categoria para concorrer com a F-1, conseguiram
que a entidade desistisse de seu
plano de criar um teto orçamentário para que times menores, em troca, ganhassem
mais liberdades técnicas.
Na prática, porém, um dos
principais argumentos das
equipes, o de que a diferença
entre alguns carros seria gritante, formando quase que outra categoria dentro da F-1, deverá acontecer mesmo assim.
Na próxima madrugada,
quando os 12 times inscritos
derem início ao primeiro treino
para o GP do Bahrein, que abre
o Mundial, a distância entre
primeiros e últimos deve passar dos quatro segundos.
O motivo é simples. Mesmo
com a redução dos testes de
pré-temporada (são permitidos apenas 15 mil km por time),
os treinos são vitais para que
pilotos e engenheiros entendam o comportamento e as
eventuais falhas dos modelos.
E, das 12 escuderias, três saíram do papel do fim do ano passado para este: a Lotus, que de
veterana só possui o nome, a
Virgin, do brasileiro Lucas di
Grassi, e a Hispania, do também estreante Bruno Senna.
Lotus e Virgin até testaram,
mas bem menos do que os demais: enquanto a Ferrari fez
mais de 7.300 km em 15 dias, a
Lotus completou 2.852 km. E a
Virgin, apenas 1.782 km.
O time de Bruno, porém,
nunca foi à pista -ontem, ligou
pela primeira vez seus motores
no circuito em Sakhir.
Além dos tempos bastante
distantes dos times já estabelecidos, sofreram com a inexperiência e até falta de peças, como a Virgin, que teve de parar
seus testes para esperar por novas partes de seu carro.
Tamanha diferença gera
preocupação de alguns pilotos,
que temem ser atrapalhados
por carros mais lentos.
"Há alguns anos, a diferença
entre os primeiros e os últimos
não era tão pequena como agora", justificou Karun Chandhok, companheiro de Bruno
na Hispania, em entrevista à
revista inglesa "Autosport".
"Se você olhar em 1997, por
exemplo, o Jacques Villeneuve
foi pole na Austrália com cinco
ou seis segundos de vantagem",
disse o piloto indiano.
A polêmica sobre a entrada
das novas equipes deverá permanecer por todo o ano. E divide opiniões. A Ferrari já fez até
um "editorial" em seu site criticando os times sem recursos
-defende que os grandes tenham três carros no grid.
Já Jonathan Neale, da McLaren, saiu em defesa das nanicas.
"Respeito o que os pilotos estão
dizendo, mas acho que este é
um problema para a FIA. Nós
temos de apoiar os novatos."
NA TV - Treino do GP do Bahrein
Sportv, ao vivo, às 4h de amanhã
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