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Imóveis em Búzios e Miami são alvo da Receita
A Receita Federal investiga uma
transação imobiliária que envolve
a empresa Minas Investimentos
S/A Empreendimentos e Administração, da qual o presidente da
CBF, Ricardo Teixeira, é sócio.
Há suspeitas de sonegação de
impostos. O assunto foi levantado
no depoimento do dirigente ontem à CPI da Câmara.
O deputado Eduardo Campos
(PSB-PE) foi quem questionou
Teixeira sobre a transação de
compra do imóvel, composto por
três prédios, em Búzios, área nobre do litoral norte do Rio de Janeiro. Ele estaria avaliado hoje em
R$ 1 milhão.
O imóvel, de acordo com a CPI,
não consta da declaração de pessoa física de Teixeira. A Minas
não estaria declarando sua renda
há dois anos.
"É uma negociação no mínimo
suspeita", disse Campos.
Segundo a CPI, o imóvel foi
construído nos anos 80 por Renato Mendonça Pacote, que o vendeu dez anos depois a Octávio
Koeler Plácido Teixeira Jr., por
cerca de US$ 16 mil.
Há suspeita que Teixeira Jr. seja
sócio do presidente da CBF.
Em novembro de 1996, Teixeira
Jr. vendeu o imóvel para a empresa Ameritech Holding Ltd., das
Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal.
Na época, a empresa, de acordo
com a CPI, foi representada por
um advogado que prestava serviços à CBF, conforme procuração
conferida no Panamá.
A comissão da Câmara suspeita
também que Teixeira seja sócio
da Ameritech.
Em novembro de 1997, a Ameritech registrou uma promessa de
venda do terreno à Minas Investimentos S/A Empreendimentos e
Administração. O preço foi de
US$ 500 mil, pagos à vista.
Pela Minas, teria assinado Marco Aurélio Teixeira, parente do
presidente da CBF.
O imóvel, na transação, teve
uma valorização de 33 vezes em
apenas um ano.
Com a entrada da empresa das
Ilhas Virgens, as partes envolvidas na transação podem ter burlado o fisco.
Teixeira disse que não há irregularidade no negócio, mas que
iria, posteriormente, mostrar à
CPI toda a documentação referente à transação.
Outro foco da investigação da
Câmara é uma casa que Teixeira
diz ter comprado, por US$ 800
mil, no ano passado, em Miami,
na Flórida (EUA).
O imóvel, segundo o principal
dirigente da CBF, foi comprado
da empresa Globul Anstald. A
CPI afirma que a sede da mesma é
o principado de Liechtenstein,
outro paraíso fiscal, situado na
Europa.
O dirigente afirmou à CPI que o
imóvel irá constar de sua declaração de imposto deste ano.
Segundo ele, a casa vinha sendo
alugada da Globul, que teria pedido a ele uma proposta de compra.
"Não sabemos se o negócio é irregular, mas algumas coisas precisam ser melhor explicadas", disse
o deputado Dr. Rosinha (PT-PR).
O depoimento de Teixeira começou às 15h. Até as 23h, não havia terminado.
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