São Paulo, domingo, 11 de abril de 2010

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Meninos fazem teste de maioridade

Após brilhar na primeira fase, jovem elenco do Santos encara sua primeira grande prova de pressão e responsabilidade

Técnico Dorival Jr. tira peso das costas de seus jogadores e afirma que uma eventual queda diante do São Paulo "não seria o fim do mundo"

LUCAS REIS
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Quinze vitórias, 61 gols, toques de letra, dribles, paradinhas, polêmicas, dancinhas e comemorações: o Santos foi o protagonista da primeira fase deste Campeonato Paulista.
Mas é agora que a nova geração de meninos da Vila, liderada por Neymar, 18, Paulo Henrique Ganso, 20, e com a participação especial de Robinho, 26, terá seu grande teste de força, pressão e responsabilidade.
Vencer o São Paulo hoje, às 16h, em um Morumbi tomado pelos rivais, pode ser o primeiro passo para, além de deixar o clube mais perto da final da competição, sancionar os garotos ao posto de craques e legitimá-los ao amadurecimento.
O mais experiente dos meninos da Vila, o técnico Dorival Jr. previu que a cobrança e a pressão começariam tão logo fosse definido o rival da equipe alvinegra nesta semifinal.
Há duas semanas, mantém o discurso de que, "se ganhar, não é a glória, se perder, não é o fim do mundo". A dúvida: a ideia é tirar do Santos a condição de favorito ou diminuir a pressão sobre a garotada?
"Ambos", respondeu Dorival. "Se o Santos for campeão ganhando os quatro jogos, não será nenhum êxtase, tampouco a consagração total. Da mesma forma se for o contrário. Não vamos nos desesperar: esta equipe está nas minhas mãos há apenas três meses. É pouco tempo", declarou o treinador.
Mais: o comandante rejeita a ideia de que a eventual conquista do título pode ser o divisor de águas da transformação dos meninos para homens.
"Eles ainda são garotos em busca de espaço. Se acontecer de mostrarem força e maturidade, ainda não será a confirmação total de que estão formados", disse Dorival. "Não estamos nos preparando para um título, mas para formar um time vencedor futuramente."
Mas os próprios jogadores dão indícios de esta será a grande prova de fogo no ano.
"O que conta neste momento é o emocional. E temos condições de vencer o São Paulo e mostrar que nosso time é mesmo forte", afirmou o zagueiro Edu Dracena, 28, um dos mais experientes do grupo.
Robinho concorda. "Temos que mostrar agora que somos grandes. Quero ser campeão paulista, que é um título inédito para mim", disse o atacante.
O retrospecto do próprio campeonato mostra que os garotos se deram bem quando foram testados. Venceram o Corinthians de Ronaldo e Roberto Carlos, e o próprio São Paulo, ambos por 2 a 1, com autoridade. Perderam para o Palmeiras em casa (4 a 3), um tropeço que, para Robinho, serviu para abrir os olhos dos garotos.
"Perder é sempre horrível, e aquela derrota serviu de lição para nós", disse o camisa 7.
Dorival, definitivamente, procura tirar de seu time o rótulo de favorito. "Essa história de que o Santos tem a melhor campanha acabou. Por isso não sei se há um favoritismo nisso tudo. Estamos enfrentando um adversário do quilate do São Paulo, e qualquer um pode ganhar. A vivência deles em decisões é muito maior do que a nossa", completou o técnico.


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