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JUCA KFOURI
Pinta de campeão
Se o Palmeiras garantir, como tudo indica, mesmo que
sofrendo, a sua classificação
para as semifinais do Paulistão, estaremos diante de uma
situação singular: quatro candidatos e três favoritos.
A Lusa é o azarão -e deu
mais uma prova disso ao perder para o São Paulo em seu
Canindé quando não podia.
Verdade que enfrentou mais
uma arbitragem perversa (o
empurrão de Fabiano no primeiro gol tricolor foi digno do
monumento do Ibirapuera) e
uma atuação histórica de Denílson (ei, Zé Geraldo Couto,
Luizinho, o Pequeno Polegar,
era um exímio driblador destro).
O São Paulo é favorito porque está jogando o melhor futebol do campeonato e porque
parece estar maduro para deixar de ser vice.
Márcio Santos, Gallo e Capitão dão o toque de maturidade que faltou em outras finais, e Rogério, Zé Carlos, experiente, Serginho, Denílson
(espantoso!), França e até Dodô, que qualquer hora desencanta, tratam do espetáculo.
Além disso, o técnico Nelsinho é especialista em administrar situações em que o empate lhe favorece -- basta lembrar de como o Corinthians
foi campeão brasileiro com ele
em 90 (sempre empatando o
segundo jogo, na Fonte Nova
lotada com o Bahia e no Mineirão lotado com o Galo) e
campeão paulista de 97, ao
empatar exatamente com o
São Paulo.
O favoritismo corintiano se
deve a outros fatores.
O time é forte, achou um
belo goleiro em Nei, tem Gamarra jogando muito, Cris fazendo gols, Rincón dando um
sangue nunca visto antes,
Marcelinho voltando a ser, e o
Rei Didi, primo distante de
Dadá Maravilha.
Enfim, é o velho Corinthians
capaz de ganhar títulos com
times comuns, mas embalados
pela massa como se viu diante
do Guarani.
Além do mais, se a final for
contra o São Paulo, poderá
pesar o tabu que faz de Luxemburgo sempre vencedor de
finais contra Nelsinho.
Já o Palmeiras é um favorito
esquisito.
Não está jogando o que se
espera de seu estrelado time,
não dá show, mas cativa pela
força de vontade e espírito de
luta, por ser um Palmeiras à
Corinthians -que me desculpem as duas nações que não
gostarão da comparação.
E, se a final for contra o Corinthians, poderá pesar o tabu
que faz de Felipão sempre
vencedor contra Luxemburgo.
Se Zagallo mantiver Júnior
Baiano, a culpa será só delle.
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