São Paulo, sábado, 11 de abril de 1998

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JUCA KFOURI
Pinta de campeão

Se o Palmeiras garantir, como tudo indica, mesmo que sofrendo, a sua classificação para as semifinais do Paulistão, estaremos diante de uma situação singular: quatro candidatos e três favoritos.
A Lusa é o azarão -e deu mais uma prova disso ao perder para o São Paulo em seu Canindé quando não podia.
Verdade que enfrentou mais uma arbitragem perversa (o empurrão de Fabiano no primeiro gol tricolor foi digno do monumento do Ibirapuera) e uma atuação histórica de Denílson (ei, Zé Geraldo Couto, Luizinho, o Pequeno Polegar, era um exímio driblador destro).
O São Paulo é favorito porque está jogando o melhor futebol do campeonato e porque parece estar maduro para deixar de ser vice.
Márcio Santos, Gallo e Capitão dão o toque de maturidade que faltou em outras finais, e Rogério, Zé Carlos, experiente, Serginho, Denílson (espantoso!), França e até Dodô, que qualquer hora desencanta, tratam do espetáculo.
Além disso, o técnico Nelsinho é especialista em administrar situações em que o empate lhe favorece -- basta lembrar de como o Corinthians foi campeão brasileiro com ele em 90 (sempre empatando o segundo jogo, na Fonte Nova lotada com o Bahia e no Mineirão lotado com o Galo) e campeão paulista de 97, ao empatar exatamente com o São Paulo.
O favoritismo corintiano se deve a outros fatores.
O time é forte, achou um belo goleiro em Nei, tem Gamarra jogando muito, Cris fazendo gols, Rincón dando um sangue nunca visto antes, Marcelinho voltando a ser, e o Rei Didi, primo distante de Dadá Maravilha.
Enfim, é o velho Corinthians capaz de ganhar títulos com times comuns, mas embalados pela massa como se viu diante do Guarani.
Além do mais, se a final for contra o São Paulo, poderá pesar o tabu que faz de Luxemburgo sempre vencedor de finais contra Nelsinho.
Já o Palmeiras é um favorito esquisito.
Não está jogando o que se espera de seu estrelado time, não dá show, mas cativa pela força de vontade e espírito de luta, por ser um Palmeiras à Corinthians -que me desculpem as duas nações que não gostarão da comparação.
E, se a final for contra o Corinthians, poderá pesar o tabu que faz de Felipão sempre vencedor contra Luxemburgo.

Se Zagallo mantiver Júnior Baiano, a culpa será só delle.



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