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Teixeira volta a Brasília e faz lobby por verba e Copa
Presidente da CBF pisa no Congresso pela primeira vez desde CPIs e leva convites da festa do centenário da Fifa para integrantes dos três Poderes
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Dois anos e meio após ser metralhado em duas CPIs que devassaram sua gestão na CBF e sua vida privada, Ricardo Teixeira voltou a fazer corpo-a-corpo no centro do poder em Brasília.
Longe dos holofotes e munido
de convites assinados por Joseph
Blatter para viagem a Paris com
tudo pago pela Fifa, o presidente
da CBF reativou o lobby da entidade na capital federal. Foi a primeira vez que Teixeira pisou no
Congresso depois do depoimento
aos deputados da CPI da CBF/Nike, em 10 de abril de 2001, apontado por ele mesmo como um dos
piores momentos de sua gestão.
Em dois dias, segunda e terça-feira da semana passada, o cartola
teve audiência com representantes influentes dos três Poderes.
Começou o périplo pela esfera
que foi a principal pedra no sapato dos 15 anos de sua gestão. Almoçou na casa do presidente do
Congresso, José Sarney (PMDB-AP), acompanhado de Fernando
Sarney, filho do ex-presidente da
República e vice da CBF para a região Norte. Foi recebido pelo presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP).
Do Senado, convidou ainda o líder do PMDB, Renan Calheiros
(AL), seu amigo de escola Tasso
Jereissati (PSDB-CE) e o petista
Delcídio do Amaral (MS).
A todos, fez o mesmo discurso.
Ao entregar a carta em que o presidente da Fifa convida para a festa do centenário da entidade, no
jogo França x Brasil, falou sobre a
importância da presença da nata
política brasileira em Paris. Disse
que seria a melhor forma de demonstrar que o país está empenhado na candidatura brasileira a
sede da Copa de 2014.
A escolha acontece apenas em
2008. Com o apoio de representantes de todos os partidos importantes, Teixeira quer mostrar
a seus pares na Fifa que o compromisso em torno da postulação
não é apenas do governo Lula, e
sim de toda a sociedade brasileira.
O dirigente também esteve na
Esplanada dos Ministérios. Entregou o convite a Agnelo Queiroz
(Esporte), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Walfrido Mares
Guia (Turismo). Gilberto Gil
(Cultura) também está na lista.
Do Judiciário, Teixeira encontrou o presidente do Superior Tribunal de Justiça, Edson Vidigal, e
o presidente do Tribunal Superior
do Trabalho, Vantuil Abdala. A
comitiva embarca para Paris, em
vôo fretado pela Fifa, na segunda.
A visita a Brasília não teve apenas a Copa-14 como justificativa.
O dirigente aproveitou para fazer
corpo-a-corpo no DF para defender alterações legislativas que beneficiem o futebol. A última vez
que isso ocorreu foi em 2000,
quando o senador Maguito Vilela
(PMDB-GO) alterou a Lei Pelé.
A João Paulo Cunha, por exemplo, o presidente da CBF pediu
empenho na inclusão de regras
específicas para o jogador de futebol no Estatuto do Desporto. A
demanda do setor é pela vedação
de pagamento de adicional noturno e horas extras aos atletas.
"Falei para o presidente da Câmara que ele tem que nos ajudar
nesse assunto. Os clubes não podem ficar nessa situação financeira, é preciso mudar a legislação",
afirmou ontem o presidente da
CBF, que embarcou para Zurique,
onde participa da reunião que decidirá a sede da Copa de 2010.
O cartola também pediu aos
congressistas que parte do dinheiro da Lei Piva passe ao futebol
-hoje, o Comitê Olímpico Brasileiro (85%) e o Comitê Paraolímpico (15%) dividem as verbas advindas das loterias.
Segundo a Folha apurou, essa
demanda não foi feita na conversa
com o ministro do Esporte. A avaliação na CBF é que Agnelo Queiroz está totalmente alinhado com
Carlos Arthur Nuzman (COB),
que não aceita perder arrecadação da loteria para o futebol.
Na visita ao presidente do TST,
Teixeira levou proposta para fixar
um teto para as ações trabalhista.
Os clubes e a CBF querem que o
TST fixe em 15% das receitas a
parcela máxima destinada pelos
clubes ao pagamentos dessas dívidas -o que já acontece em Pernambuco e no Rio de Janeiro.
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