DO PAINEL FC

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, tentou entregar pessoalmente o convite da Fifa para a festa dos cem anos da entidade em Paris a Luiz Inácio Lula da Silva por mais de seis meses.
Ontem, ao embarcar para Zurique, desistiu oficialmente da missão conferida por Joseph Blatter.
A primeira carta-convite ao presidente da República foi assinada por Blatter em outubro de 2003. Desde então, Teixeira tentou, sem sucesso, uma audiência com Lula.
No mês passado, Blatter refez a correspondência, com nova data. O cartola chegou a telefonar para o chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, mas não conseguiu ser atendido pelo presidente. "Acho que não houve espaço na agenda dele", disse Teixeira, que mantém relação fria com Lula.
Desde 1989, quando entrou na CBF, é a primeira vez que Teixeira não é recebido pelo presidente no primeiro ano de mandato. De todos os chefes de Estado até hoje, foi com Fernando Collor de Mello o relacionamento mais próximo. O ex-presidente foi convidado da CBF para jogos do Brasil na Copa da Itália, em 1990. Com Itamar Franco, a relação era próxima. O ex-presidente chegou a intervir para liberar a bagagem dos tetracampeões em 1994, no famoso caso do "vôo da muamba".
Com Fernando Henrique Cardoso no poder, Teixeira ficou mais afastado do governo. O tucano colocou Pelé, maior desafeto do cartola, no então Ministério Extraordinário dos Esportes e bancou o fim do passe. Também patrocinou as duas CPIs que investigaram a CBF. A relação era tão distante que Teixeira, por duas vezes, ameaçou não pisar em Brasília após a Copa -no vice de 1998 e no penta, em 2002.
Com Agnelo Queiroz (Esporte), Teixeira também mantém relação fria. Os dois se encontraram oficialmente apenas três vezes -a primeira foi apenas em setembro de 2003, após o tri mundial da seleção sub-17. Reservadamente, a CBF avalia que o ministro não tem forças nem vontade política para realizar as mudanças pleiteadas pelo futebol. (FM E EO)

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