São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2004 |
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FUTEBOL Europeus exaltam o "número do craque", diferentemente dos brasileiros Eurocopa resgata e coloca em evidência a camisa 10
RODRIGO BUENO DA REPORTAGEM LOCAL Quem é o camisa 10 da seleção? Torcedores europeus respondem facilmente a essa pergunta, diferentemente dos sul-americanos. A Eurocopa, principal torneio de futebol do velho continente, começa amanhã em Portugal com 16 times que apostam muito nos jogadores que vestem a 10. Zidane, Totti, Owen, Rui Costa, Van Nistelrooy e Morientes são apenas alguns dos nomes que carregarão a camisa que tradicionalmente é associada aos craques. O mítico número experimenta crise há um bom tempo no Brasil e na Argentina, países que mostraram ao mundo Pelé e Maradona, os que mais imortalizaram a camisa 10. Enquanto os brasileiros passaram a adorar o 11 de Romário e o 9 de Ronaldo, os argentinos até aposentaram a 10 por falta de bons substitutos para Diego. O francês Zidane, quase que por unanimidade, representa no futebol atual o genuíno camisa 10. Com extrema habilidade, conduziu a seleção francesa aos títulos da Copa (1998) e da Eurocopa (2000). Foi eleito o melhor do planeta em 1998, 2000 e 2003. Zidane prepara na Eurocopa deste ano seu adeus à seleção. Um dos galácticos do Real Madrid, ele usa a 5 no time espanhol só porque chegou ao clube depois do meia-atacante português Figo. Na seleção de Portugal, porém, a camisa 10 pertence há muitos anos a Rui Costa, talentoso meia que atua hoje no Milan. O jogador despontou no Mundial júnior de 1991, quando marcou o pênalti decisivo contra o Brasil que garantiu o título em casa a seu país. Com 32 anos, Rui Costa é um dos grandes líderes do time de Luiz Felipe Scolari. Figo, seu parceiro, joga na seleção com a camisa 7, número que ganhou grande projeção recentemente por causa do badalado inglês Beckham. Porém o verdadeiro fenômeno do ""English Team", dentro de campo, é o camisa 10. Owen virou o mais jovem jogador a defender a Inglaterra quando estreou pela equipe em 1998. Sua condição de craque foi confirmada nesse mesmo ano, quando marcou um golaço na Copa diante da Argentina. O garoto do Liverpool (agora com 24 anos) já foi eleito o melhor da Europa, marcou mais de cem vezes na Premier League e anotou outros históricos gols pelo seu país -fez três nos 5 a 1 na Alemanha nas eliminatórias da Copa e deixou sua marca contra o Brasil na Copa, além de ter sofrido decisivo pênalti contra a Argentina. A ""Squadra Azzurra" aposta como sempre em sua defesa. Mas neste ano a responsabilidade maior está no 10 Totti, grande astro da Roma e do "calcio" atual. Muitos italianos entendem que ele deve concorrer, contra Ronaldinho e Kaká, ao prêmio de melhor jogador da atual temporada. Espanha e Holanda, que também figuram entre os principais candidatos ao título europeu, jogaram a camisa 10 nas mãos de ""matadores" (esses costumam usar a 9). Morientes acaba de ser artilheiro da Copa dos Campeões, com nove gols, e Van Nistelrooy foi o goleador do mais nobre interclubes da Europa em 2002. A contratação de várias estrelas para o Real Madrid alterou bastante a vida de Morientes. Ofuscado por Ronaldo, ele foi para o Monaco e acabou vice-campeão europeu. Já o holandês, ídolo do Manchester United, é um dos mais letais atacantes do mundo. Texto Anterior: Atletismo: Iaaf defende casal de velocista dos EUA Próximo Texto: Saiba mais: Brasileiro ganha destaque com a penúria alemã Índice |
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