São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Gamarra cai em armadilha inglesa

Eddie Keogh/Reuters
Após bola erguida na área paraguaia por Beckham, o zagueiro Gamarra desvia contra sua próprias redes para marcar o gol inglês, o único do jogo em Frankfurt


Após chuveirinho de Beckham, paraguaio faz contra e define vitória do English Team, que atuou sem Rooney e Walcott

Após vitória magra, mídia britânica critica atuação da Inglaterra, que não balança as redes no segundo tempo em Mundiais desde 1998


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Beckham é especialista em chuverinhos. Gamarra é deficiente no jogo aéreo. Resultado: a Inglaterra estreou ontem com uma vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, com uma cobrança de falta de Beckham em que o zagueiro cabeceou contra as suas próprias redes.
Foi o gol contra mais rápido da história das Copas, mas ele pode ser creditado a Beckham -a Fifa prometeu para hoje a definição da autoria após revisão do vídeo do lance.
Essa jogada, aliás, saiu no quarto minuto de jogo. O English Team, com Rooney, 20, no banco para se recuperar de contusão, dava até a impressão no início de que venceria com facilidade. Até porque o goleiro paraguaio Villar teve que ser substituído ainda no sétimo minuto -com lesão muscular, está quase fora da Copa.
Os ingleses, porém, parecem viver uma estranha síndrome do segundo tempo com o técnico Sven-Göran Eriksson.
Desde o jogo contra a Romênia na primeira fase da Copa de 1998, a Inglaterra não consegue marcar na segunda etapa em Mundiais. Isso significa dizer que, com Eriksson, são seis partidas em Mundiais com queda de rendimento na etapa final.
Ontem, ficou evidente essa característica da equipe, que jogou um futebol limitado para o elenco estelar que tem -Walcott, 17, também não entrou.
Crouch começou no ataque e manteve seu tabu pessoal. Com ele em campo, a Inglaterra jamais perdeu. Mas seu estilo ""robô" de jogo -segundo publicado ontem, aliás, o premiê britânico, Tony Blair, prometeu imitar a "dança do robô" se a Inglaterra ganhar o Mundial- não se deu bem contra a defesa paraguaia e, especialmente, com a arbitragem do mexicano José Camargo.
O atacante de 1,98 m cometeu seis faltas -levou um cartão amarelo- e sofreu só uma, o que revoltou torcedores e atletas britânicos, acostumados a um jogo de contato.
A imprensa inglesa pressionou Eriksson após a partida. O treinador fugiu de uma pergunta sobre a possibilidade de a Inglaterra derrotar o Brasil com o fraco futebol de ontem: ""Tenho muito respeito pelo Brasil, mas não quero falar disso agora".
Já Beckham mostrou indiferença. "O importante são os três pontos. Não importa se o time jogou bem ou mal."
O Paraguai, aliás, esteve perto do empate. Santa Cruz, mesmo apagado, quase marcou no fim do primeiro tempo. Na segunda etapa, a equipe equilibrou a partida, mas não criou jogadas mais agudas de gol.
Gamarra, em má fase no Palmeiras e que pode se aposentar depois do Mundial, evitou a imprensa ao fim da partida.


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