|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ingleses festejam Copa
do Mundo com cornetas, cerveja e poucas mulheres
PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT
Por que o Brasil vai ganhar
a Copa?, pergunta a reportagem a um grupo de ingleses
bêbados, descamisados e tatuados, em Frankfurt.
"#+@%?!", responde Richard Walt, 26, aos berros.
Ele só se acalma com a intervenção do vendedor Nail
Hollis, 47, que defende o grupo com um deboche à inglesa. "Não ganhamos nunca
porque nos sentimos desconcertados com as vitórias.
Pedimos até desculpas
quando acontece."
A cidade está em festa. Milhares de pessoas abarrotam
as ruas, enroladas em bandeiras da Inglaterra, fantasiadas, soprando cornetas. O
recruta Dale Routleoge, 23,
de Oxford, tem uma cruz
vermelha pintada em cada
bochecha e um chapéu estilo
bobo da corte na cabeça;
conta que pagou 10 (R$
29) pelo pacote. "Acha que
estou com cara de palhaço?"
Ele tem uma latinha de
cerveja na mão e explica que
é a 15ª da manhã. "Bebo uma
a cada 15 minutos."
No pub Sicha, a engenheira Carol Woodington, 40, e a
cantora Sam Jeavans, 32,
são as únicas mulheres entre
as centenas de ingleses que
assistem ao jogo. Jeavans
tem os seios enormes, mas
diz que se sente à vontade.
"Os ingleses sabem como
tratar as mulheres, e a gente
só vai adiante se quiser."
Uma passeata de cerca de
300 estudantes não pertencentes à comunidade européia passa reclamando o direito de não pagar pela educação na Alemanha.
"Eles querem cobrar
1.500 por ano da gente, é um
absurdo", diz o russo Sergy
Chenstov, 22, estudante de
matemática, que desfila calçando sandálias havaianas.
"Não quero que o Brasil ganhe. Já está ficando monótono, são sempre eles!"
Texto Anterior: Gamarra cai em armadilha inglesa Próximo Texto: México e Irã medem métodos de preparação em Nuremberg Índice
|