São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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Ingleses festejam Copa do Mundo com cornetas, cerveja e poucas mulheres

PAULO SAMPAIO
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

Por que o Brasil vai ganhar a Copa?, pergunta a reportagem a um grupo de ingleses bêbados, descamisados e tatuados, em Frankfurt.
"#+@%?!", responde Richard Walt, 26, aos berros.
Ele só se acalma com a intervenção do vendedor Nail Hollis, 47, que defende o grupo com um deboche à inglesa. "Não ganhamos nunca porque nos sentimos desconcertados com as vitórias. Pedimos até desculpas quando acontece."
A cidade está em festa. Milhares de pessoas abarrotam as ruas, enroladas em bandeiras da Inglaterra, fantasiadas, soprando cornetas. O recruta Dale Routleoge, 23, de Oxford, tem uma cruz vermelha pintada em cada bochecha e um chapéu estilo bobo da corte na cabeça; conta que pagou 10 (R$ 29) pelo pacote. "Acha que estou com cara de palhaço?"
Ele tem uma latinha de cerveja na mão e explica que é a 15ª da manhã. "Bebo uma a cada 15 minutos."
No pub Sicha, a engenheira Carol Woodington, 40, e a cantora Sam Jeavans, 32, são as únicas mulheres entre as centenas de ingleses que assistem ao jogo. Jeavans tem os seios enormes, mas diz que se sente à vontade. "Os ingleses sabem como tratar as mulheres, e a gente só vai adiante se quiser."
Uma passeata de cerca de 300 estudantes não pertencentes à comunidade européia passa reclamando o direito de não pagar pela educação na Alemanha.
"Eles querem cobrar 1.500 por ano da gente, é um absurdo", diz o russo Sergy Chenstov, 22, estudante de matemática, que desfila calçando sandálias havaianas. "Não quero que o Brasil ganhe. Já está ficando monótono, são sempre eles!"


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