São Paulo, domingo, 11 de junho de 2006

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México e Irã medem métodos de preparação em Nuremberg

Seleção da Concacaf treina desde abril, e asiáticos fizeram poucos amistosos

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Em Nuremberg, México e Irã confrontarão a preparação mais longa com a mais atribulada, na tentativa de melhorarem suas histórias em Copas.
No México, tudo começou mais cedo. A seleção mexicana deu início à sua preparação para o Mundial no dia 16 de abril, em Acapulco. Dos 26 convocados pelo treinador Ricardo Lavolpe para aquela etapa, só 4 não se apresentaram no primeiro dia de trabalho.
"Apesar de estarmos numa Copa do Mundo, onde sempre existe mais pressão, vejo a minha equipe muito bem", diz Lavolpe, que elogia a juventude e a experiência do grupo, no qual se destaca o defensor Rafael Márquez, do Barcelona campeão da Europa.
Já o Irã enfrentou dificuldades de fundo político para azeitar sua equipe. A atitude desafiadora do presidente Mahmoud Ahmadinejad, que defende seu programa nuclear ante a comunidade internacional e até já negou o Holocausto judeu, levou os iranianos para um "eixo do mal" da bola.
Amistosos cancelados contra seleções fortes, como Romênia e Ucrânia, pedidos para um duelo nem sequer respondidos pela Espanha e necessidade de investimento pesado para levar equipes modestas, como a Costa Rica, a jogar em Teerã foram alguns dos percalços.
Mas nada tira o entusiasmo de atletas como o veterano Ali Daei, 37. "Este é o melhor time da história da república islâmica. Iremos passo a passo. Nossa primeira meta é passar da primeira fase. Depois, tentaremos estar nas quartas-de-final."
Mas há preocupações. O zagueiro Sattar Zare teve problemas nos ligamentos há três dias, e a comissão técnica, que se mexia para convocar um substituto, desistiu e resolveu apostar na recuperação dele.
O México tem sonhos maiores. Sede das Copas de 1970 e 1986, quando alcançou as quartas, o país tenta se libertar do estigma de ter um campeonato rico e um time que "joga como nunca e perde como sempre".
"Nós acreditamos que podemos alcançar qualquer coisa", disse o meia Pavel Pardo. "Se nós encararmos cada jogo como uma final de Copa do Mundo, podemos ir muito além. Talvez até a final. Não ligamos para o passado ou para o que as pessoas dizem, estamos aqui para mudar isso e vencer."
Uma das demonstrações foi a união do grupo em torno do drama desta semana, vivido pelo goleiro Oswaldo Sánchez. Com a morte do pai, causada por um infarto, o titular voltou ao México para acompanhar o enterro, mas já regressou e vai a campo hoje.
"Estou pronto para o jogo. Me sinto bem, porque vamos vencer", afirmou Sánchez.


NA TV - México x Irã Globo, Bandsports, Sportv, Directv e ESPN Brasil, ao vivo, às 13h


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