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Ataque zero detona crise no São Paulo
Torcida pede a saída do técnico Muricy após time cair no Morumbi diante do Atlético-MG, em jogo em que dominava
São Paulo 0
Atlético-MG 1
MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A pressão voltou ao Morumbi. Bastou uma derrota diante
do Atlético-MG para que Muricy Ramalho sentisse nos ouvidos os gritos de "Fora!".
Tudo isso, principalmente,
porque o apagão do ataque continua. Dagoberto, hoje a principal aposta ofensiva de Muricy,
não achou nem seu primeiro
gol com a camisa tricolor nem
Marcel, seu companheiro de
ontem. O substituto de Aloísio
até foi vaiado por parte da torcida no segundo tempo, quando foi trocado por Borges.
Ao longo do primeiro tempo,
o São Paulo mostrou mais disposição e posse de bola. E chutava contra a meta atleticana,
porém tinha dificuldade em
costurar chances claras de gol.
Tanto que a grande oportunidade dos donos da casa, a mais
perigosa, foi quando Ilsinho,
aos 46min, pegou um rebote do
goleiro Diego, e cruzou. A bola
parou no lateral Thiago Feltri,
que, em cima da linha, deu um
bicão para longe da área.
Antes disso, só um chute rasteiro de Leandro, que havia
passado à direita do goleiro, levara algum perigo. Rogério,
ainda em má fase nas faltas, fez
uma cobrança que permitiu
que o goleiro encaixasse e iniciasse rápido contra-ataque.
Mesmo assim, o time tentava.
Em toda a partida, o São Paulo concluiu 23 vezes ao gol atleticano -quase o dobro de sua
média no Brasileiro, que é de
12,5 por jogo-, contra 7 do clube mineiro, segundo os números do Datafolha.
O Atlético-MG começou o jogo com uma marcação muito
forte, abafando os anfitriões e
parecia que levaria o jogo de
igual para igual. Tão logo o time
de Muricy Ramalho começou a
encaixar seus ataques, a força
dos mineiros rapidamente se
desviou para a marcação, com
raros lampejos.
Prosseguia, porém, o problema do São Paulo. O ataque formado por Dagoberto e Marcel
carecia de entrosamento e parecia distante do meio-campo.
No segundo tempo, o São
Paulo parecia ainda mais decidido a resolver o jogo. Aos
17min, Jorge Wagner quase
marcou um gol olímpico, mas o
goleiro Diego salvou a defesa.
Ainda vendo seu time tendo
dificuldade na ligação do meio
com o ataque, Muricy optou
por tirar o ala-direito Ilsinho,
colocando o meia Lenílson e
deslocando Souza para a ala.
Mas a história se complicou
para o lado são-paulino quando
Leandro, que já tinha cartão
amarelo, fez uma falta desnecessária em Eder Luiz e recebeu o vermelho aos 27min do
segundo tempo. Com um menos, o São Paulo acabou afrouxando o seu rolo compressor.
E recebeu o mais duro golpe
dez minutos depois. Num cruzamento de Marcos, a bola tocou na zaga e sobrou para Paulo
Henrique, que havia entrado
no lugar de Galvão. Foi o primeiro gol dele neste Brasileiro.
Meio de canela, meio do jeito
que deu, o atacante conseguiu
desviar a bola suficientemente
de Rogério. Não tivesse uma cara tão acidental, talvez esse gol
não tivesse acendido a ira da
torcida no Morumbi.
Torcida que ainda jogou junto com o time até o fim, pedindo até um pênalti inexistente
numa queda de Dagoberto
-que saiu ovacionado-, mas
que depois soltou o grito de
"Fora, Muricy!" sem pudores.
O volante Josué foi um dos
que resumiram o pensamento
dos jogadores. "Foi um resultado injusto. Fomos superiores
durante os 90 minutos, mas
acabamos perdendo. faz parte
do futebol", disse o jogador.
Na próxima rodada do Brasileiro, o São Paulo recebe no
Morumbi o líder Vasco, que
tem 11 pontos. O Atlético-MG
enfrentará em Belo Horizonte
o Figueirense, que ontem goleou o Flamengo (4 a 0).
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