São Paulo, segunda-feira, 11 de junho de 2007

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Ataque zero detona crise no São Paulo

Torcida pede a saída do técnico Muricy após time cair no Morumbi diante do Atlético-MG, em jogo em que dominava

São Paulo 0
Atlético-MG 1

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A pressão voltou ao Morumbi. Bastou uma derrota diante do Atlético-MG para que Muricy Ramalho sentisse nos ouvidos os gritos de "Fora!".
Tudo isso, principalmente, porque o apagão do ataque continua. Dagoberto, hoje a principal aposta ofensiva de Muricy, não achou nem seu primeiro gol com a camisa tricolor nem Marcel, seu companheiro de ontem. O substituto de Aloísio até foi vaiado por parte da torcida no segundo tempo, quando foi trocado por Borges.
Ao longo do primeiro tempo, o São Paulo mostrou mais disposição e posse de bola. E chutava contra a meta atleticana, porém tinha dificuldade em costurar chances claras de gol.
Tanto que a grande oportunidade dos donos da casa, a mais perigosa, foi quando Ilsinho, aos 46min, pegou um rebote do goleiro Diego, e cruzou. A bola parou no lateral Thiago Feltri, que, em cima da linha, deu um bicão para longe da área.
Antes disso, só um chute rasteiro de Leandro, que havia passado à direita do goleiro, levara algum perigo. Rogério, ainda em má fase nas faltas, fez uma cobrança que permitiu que o goleiro encaixasse e iniciasse rápido contra-ataque. Mesmo assim, o time tentava.
Em toda a partida, o São Paulo concluiu 23 vezes ao gol atleticano -quase o dobro de sua média no Brasileiro, que é de 12,5 por jogo-, contra 7 do clube mineiro, segundo os números do Datafolha.
O Atlético-MG começou o jogo com uma marcação muito forte, abafando os anfitriões e parecia que levaria o jogo de igual para igual. Tão logo o time de Muricy Ramalho começou a encaixar seus ataques, a força dos mineiros rapidamente se desviou para a marcação, com raros lampejos.
Prosseguia, porém, o problema do São Paulo. O ataque formado por Dagoberto e Marcel carecia de entrosamento e parecia distante do meio-campo.
No segundo tempo, o São Paulo parecia ainda mais decidido a resolver o jogo. Aos 17min, Jorge Wagner quase marcou um gol olímpico, mas o goleiro Diego salvou a defesa.
Ainda vendo seu time tendo dificuldade na ligação do meio com o ataque, Muricy optou por tirar o ala-direito Ilsinho, colocando o meia Lenílson e deslocando Souza para a ala.
Mas a história se complicou para o lado são-paulino quando Leandro, que já tinha cartão amarelo, fez uma falta desnecessária em Eder Luiz e recebeu o vermelho aos 27min do segundo tempo. Com um menos, o São Paulo acabou afrouxando o seu rolo compressor.
E recebeu o mais duro golpe dez minutos depois. Num cruzamento de Marcos, a bola tocou na zaga e sobrou para Paulo Henrique, que havia entrado no lugar de Galvão. Foi o primeiro gol dele neste Brasileiro.
Meio de canela, meio do jeito que deu, o atacante conseguiu desviar a bola suficientemente de Rogério. Não tivesse uma cara tão acidental, talvez esse gol não tivesse acendido a ira da torcida no Morumbi.
Torcida que ainda jogou junto com o time até o fim, pedindo até um pênalti inexistente numa queda de Dagoberto -que saiu ovacionado-, mas que depois soltou o grito de "Fora, Muricy!" sem pudores.
O volante Josué foi um dos que resumiram o pensamento dos jogadores. "Foi um resultado injusto. Fomos superiores durante os 90 minutos, mas acabamos perdendo. faz parte do futebol", disse o jogador.
Na próxima rodada do Brasileiro, o São Paulo recebe no Morumbi o líder Vasco, que tem 11 pontos. O Atlético-MG enfrentará em Belo Horizonte o Figueirense, que ontem goleou o Flamengo (4 a 0).


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