São Paulo, sexta-feira, 11 de junho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fifa fecha o bolso para a segunda Copa no Brasil

Entidade gastará cerca de 1/7 do que o país prevê investir para o Mundial

DO ENVIADO A JOHANNESBURGO

A Fifa gastará pouco mais de um terço de suas receitas nos próximos quatro anos para organizar a Copa-2014.
Aprovado ontem pelo congresso da entidade, o orçamento para o Mundial do Brasil prevê despesas dos seus cofres de US$ 1,385 bilhão (R$ 2,55 bilhões).
O número tinha sido definido pelo Comitê Executivo no início do ano e agora tem chancela da assembleia.
Esse montante é quase um sétimo do que o governo brasileiro prevê investir no Mundial -cerca de R$ 17 bilhões. A conta inclui estádios e infraestrutura, mas exclui segurança e aeroportos.
O total dos gastos da Fifa no Brasil-2014 também representa 36,4% do total de suas receitas previsto para o período. Em compensação, a Copa é responsável por gerar 92% das rendas da entidade, que devem totalizar R$ 7 bilhões em quatro anos.
O orçamento sofrerá ajustes, segundo dirigentes da Fifa. O valor a ser recebido pelo Comitê Organizador Local (COL), inicialmente de R$ 368 milhões, deverá passar para R$ 866 milhões.
Isso porque, já durante a fase de candidatura, foi decidido que a Fifa ficaria responsável pela operação e pelas rendas dos ingressos, o que até 2006 era dividido com o comitê organizador.
O sistema de negociação de bilhetes da Match, parceira da Fifa, não funcionou na África do Sul, com filas e vendas na internet sem grande procura. Mas a entidade deve mantê-la nesse serviço para a Copa do Mundo no Brasil.
"A venda de ingressos é muito complicada. Vamos olhar mais de perto desta vez. E melhorar o sistema", afirmou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.
No Brasil, o objetivo é observar as peculiaridades locais antes de definir a forma de comercialização. A operação envolvendo bilhetes e acomodações custará R$ 103 milhões, segundo a previsão do orçamento da Fifa.
"Uma coisa é organizar Copa na Europa. Outra é organizar fora da Europa. A operação é diferente pelas distâncias", explicou Valcke.
O que fica predefinido a cada Copa, e cresce a cada edição, é a premiação das seleções participantes. Do dinheiro a ser gasto pela Fifa no Brasil, R$ 836 milhões serão destinados para as 32 seleções que participarem da fase final do Mundial.
A segunda Copa do Mundo em solo brasileiro vai começar a andar, de fato, em julho e agosto, depois do fim do evento na África do Sul.
Tanto que está previsto que a Fifa instale escritório no país já nesse período.
A previsão é de 20 pessoas para trabalhar no local. O custo inicial dessa base está orçado em R$ 29,5 milhões. (RODRIGO MATTOS)


Texto Anterior: Forlán insinua favorecimento aos adversários
Próximo Texto: Entidade nega saída do Morumbi de 2014
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.