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FUTEBOL
Altitude e desentrosamento fazem time ir de chuveirinho contra Costa Rica
Seleção espicha 3 cm e faz aposta no "tumulto aéreo"
FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A AREQUIPA
Bola para o alto para driblar a altitude de Arequipa e o desentrosamento da seleção. É essa a fórmula, do "tumulto na área", que
Carlos Alberto Parreira vai usar
hoje para vencer a Costa Rica, a
partir das 17h. Para cumprir a
missão, o técnico usará a geração
espichada que começou a ser testada durante a semana no Peru.
Embalado pelo gol de cabeça de
Luis Fabiano, que salvou o time
de um tropeço contra o Chile, o
Brasil acredita que o caminho
mais fácil para alcançar a segunda
fase da Copa América é pelo alto.
Para isso, usará o biótipo do time. Em dois anos, a seleção cresceu bastante -ostenta altura média de 1,83 m, o que matematicamente equivaleria a dizer que cada um dos 11 atletas que fazem o
segundo jogo do Brasil no torneio
é três centímetros mais alto que os
colegas que estrearam contra a
Turquia, em Ulsan (Coréia do
Sul), na vitoriosa campanha do
pentacampeonato mundial.
Do goleiro Júlio César ao atacante Luis Fabiano, nenhum titular no confronto de hoje tem menos que 1,75 m (os mais baixos
são Alex e Kleberson). No time de
Luiz Felipe Scolari havia dois
"baixinhos" -Juninho, com 1,67
m, e Roberto Carlos, com 1,68 m.
Se forem excluídos os goleiros,
que por razões óbvias só vão ao
ataque tentar o gol de cabeça em
situações excepcionais, a diferença entre as equipes aumenta ainda
mais -sobe para 3,5 cm. Marcos,
com 1,93 m, era o mais alto titular
do time na Copa-2002. No Peru, a
marca pertence ao zagueiro Luisão, também com 1,93 m.
A jogada aérea também é a arma da seleção contra o desentrosamento, que foi usado como desculpa por todos os jogadores e pelo técnico Parreira para justificar
o mau futebol contra o Chile.
"Ninguém em sã consciência
pode cobrar desse time que jogue
um futebol brilhante. Nunca jogamos juntos e estamos treinando
há dez dias. Não existe mágica",
declarou o meia Alex.
Caso se repita hoje a dificuldade
de trocar bola e a falta de criatividade mostradas contra os chilenos, Parreira já definiu que abusará do "chuveirinho".
"Temos jogadores com ótima
estatura, fortes no cabeceio. Temos que aproveitar. Vamos usar a
bola aérea em peso, jogar no tumulto", afirmou o técnico.
E não é só discurso. Em todos os
treinos táticos o técnico ensaiou
jogadas aéreas. "Nossa equipe é
grande. Com a habilidade do
Alex, que coloca a bola onde quer,
fica mais fácil ganhar pelo alto",
afirmou o atacante Adriano.
Parreira já escalou os cinco jogadores que em todos os escanteios e faltas devem estar na área
costarriquenha para tentar o gol
de cabeça: Luisão (1,93 m), Juan
(1,83 m), Edu (1,89 m), Adriano
(1,89 m) e Luis Fabiano (1,83 m).
Para o técnico, a altitude de Arequipa (2.335 m) ajuda o jogo aéreo do Brasil. "A bola fica mais rápida, o que atrapalha o goleiro."
Pelo alto, o Brasil pretende escapar de um duelo prematuro com a
Argentina. Se terminar em segundo no Grupo C, deve enfrentá-la
já nas quartas-de-final. Em primeiro, pegaria o arqui-rival apenas em uma eventual semifinal.
Em relação ao time que bateu o
Chile, Parreira deve fazer duas alterações: Kleberson, recuperado
de contratura muscular, entra no
lugar de Dudu Cearense, e Maicon pode ser testado na vaga de
Mancini, que foi mal na estréia.
NA TV - Globo, ao vivo, a
partir das 17h
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