DO ENVIADO A AREQUIPA

Reconhecido internacionalmente como um teórico do futebol, Carlos Alberto Parreira prepara o lançamento de um manual para aspirantes a técnicos.
Em Arequipa, o treinador revelou que já colheu material para seu primeiro livro, em que pretende ensinar como dar treinos táticos, qual o melhor esquema a ser adotado em cada situação de jogo e no qual contará experiências de 36 anos de profissão.
"Preciso de uns dias para sentar e escrever. Como o Chico Buarque, que se isola em Paris para preparar os seus livros."
Desde o início de sua carreira, quando dirigiu o inexpressivo Nuevo México, time amador do Rio na década de 60, até a incomum tranqüilidade que vive em sua terceira passagem pela seleção, Parreira acumulou alguns títulos. Além do tetracampeonato mundial em 1994, ganhou um Brasileiro (Fluminense, em 1984), uma Copa do Brasil (Corinthians, em 2002) e levou o Bragantino à final do Brasileiro-91. Também dirigiu as seleções do Kuait e da Arábia Saudita em Mundiais.
Para o técnico, o sistema que levou o Brasil ao penta está fadado ao desaparecimento. "Nenhuma seleção da Eurocopa jogou com linha de três zagueiros. A Grécia, que joga com líbero, também tinha quatro defensores e foi campeã. O 3-5-2 vai acabar."
Em Arequipa, Parreira tem mudado um pouco o modo de agir com seus pupilos. Avalia que esta seleção, mais jovem, precisa de mais atenção. Por isso conversa isoladamente com os atletas, principalmente aqueles que estão definindo negociações.
Foi o caso de Diego, aconselhado a aceitar a proposta para defender o Porto, campeão europeu. "Portugal é um lugar onde ele não terá problema com o idioma, paga bem, tem ótima infra-estrutura e um povo que adora o Brasil."
Nas preleções, Parreira tem falado da importância de um título com a seleção para que o atleta tenha projeção internacional. Mas, diferentemente de Luiz Felipe Scolari, adepto de técnicas de motivação, prefere palestras teóricas.
Na véspera do jogo com o Chile, exibiu mais de 60 slides aos jogadores. Para o duelo de hoje, mostrou fitas com lances de Paraguai 1 x 0 Costa Rica. (FM)

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