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Judô
Judocas sonham com Pan, que já era para cartolas
Dirigente considera preparação para torneio continental
finalizada e se concentra em organizar novo evento no Rio
País ganha direito de abrigar o maior evento do esporte com promessa de pagar viagem de judocas e busca parcerias para pagar conta
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
A turma do quimono só pensa no Pan-Americano. Mas o
pessoal do paletó e gravata do
judô brasileiro tem o Campeonato Mundial como prioridade.
"O Pan, para mim, já terminou. Agora é uma preocupação
exclusivamente dos atletas. Já
o Mundial está em plena erupção para o departamento administrativo", conta Paulo Wanderley Teixeira, presidente da
CBJ (Confederação Brasileira
de Judô). A competição acontece entre os dias 13 e 16 de setembro, na Arena Multiuso
construída no Complexo do
Autódromo para o Pan carioca.
A posição contrasta com o
que pensa Flávio Canto, 32. "É
até difícil pensar em Mundial.
Só se fala em Pan aqui, vejo o
Pan diariamente...", declarou o
atleta mais velho da seleção,
que disputa seu quarto Pan.
A diferença de prioridades,
segundo o dirigente, tem justificativa. "Estamos voltados para fazer o maior Mundial da
história do judô, com todas as
exigências de organização. No
Pan, nossa ingerência é estritamente técnica, como indicar
funcionários para conduzir os
atletas da área de aquecimento
para a de competição."
Teixeira conta que, para o
Brasil superar a cidade holandesa de Amsterdã pelo direito
de receber o Mundial, pesou
decisivamente o fato de bancar
passagens para dois membros
de cada país viajar ao Brasil.
Como são esperados até 120
países, o Brasil deve arcar com
240 bilhetes internacionais.
A medida recebeu elogios da
Federação Internacional de
Judô, que destacou ser um feito
inédito na história dos Mundiais da modalidade. No Pan, a
organização bancou a viagem
de todas as delegações.
"O Comitê Olímpico Brasileiro e a Prefeitura do Rio foram parceiros na candidatura
[em 2003]", disse o dirigente,
lembrando que Ruy Cézar, à
época secretário municipal de
Esportes, e Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, viajaram para Osaka (Japão), onde
foi selecionada a sede do Mundial deste ano -que classifica
para a Olimpíada de Pequim.
De acordo com Teixeira, a
confederação busca parcerias
para pagar a conta e tem ainda
o apoio da prefeitura.
Ele espera que o interesse
pelo judô no Pan motive o público para o Mundial.
"No mais tardar, espero que
as vendas de ingressos comecem na segunda quinzena de
julho", completa o dirigente,
que já recebeu reservas de cerca de 3.000 entradas das delegações estrangeiras que participarão do evento.
Só o Japão solicitou 800 delas. E já procura locais para
treinar no Rio. Enquanto a delegação quer alugar um local
para servir de centro de treinamento na cidade, a campeã
olímpica do peso ligeiro, Ryoko
Tani, alugou o dojo do Flamengo, onde praticará com mais 30
atletas que virão só para prepará-la, de acordo com a CBJ.
As competições de JUDÔ
acontecem de 19 a 22 de julho
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