São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2007

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Judô

Judocas sonham com Pan, que já era para cartolas

Dirigente considera preparação para torneio continental finalizada e se concentra em organizar novo evento no Rio

País ganha direito de abrigar o maior evento do esporte com promessa de pagar viagem de judocas e busca parcerias para pagar conta


LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

A turma do quimono só pensa no Pan-Americano. Mas o pessoal do paletó e gravata do judô brasileiro tem o Campeonato Mundial como prioridade. "O Pan, para mim, já terminou. Agora é uma preocupação exclusivamente dos atletas. Já o Mundial está em plena erupção para o departamento administrativo", conta Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ (Confederação Brasileira de Judô). A competição acontece entre os dias 13 e 16 de setembro, na Arena Multiuso construída no Complexo do Autódromo para o Pan carioca.
A posição contrasta com o que pensa Flávio Canto, 32. "É até difícil pensar em Mundial. Só se fala em Pan aqui, vejo o Pan diariamente...", declarou o atleta mais velho da seleção, que disputa seu quarto Pan.
A diferença de prioridades, segundo o dirigente, tem justificativa. "Estamos voltados para fazer o maior Mundial da história do judô, com todas as exigências de organização. No Pan, nossa ingerência é estritamente técnica, como indicar funcionários para conduzir os atletas da área de aquecimento para a de competição."
Teixeira conta que, para o Brasil superar a cidade holandesa de Amsterdã pelo direito de receber o Mundial, pesou decisivamente o fato de bancar passagens para dois membros de cada país viajar ao Brasil. Como são esperados até 120 países, o Brasil deve arcar com 240 bilhetes internacionais.
A medida recebeu elogios da Federação Internacional de Judô, que destacou ser um feito inédito na história dos Mundiais da modalidade. No Pan, a organização bancou a viagem de todas as delegações. "O Comitê Olímpico Brasileiro e a Prefeitura do Rio foram parceiros na candidatura [em 2003]", disse o dirigente, lembrando que Ruy Cézar, à época secretário municipal de Esportes, e Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, viajaram para Osaka (Japão), onde foi selecionada a sede do Mundial deste ano -que classifica para a Olimpíada de Pequim.
De acordo com Teixeira, a confederação busca parcerias para pagar a conta e tem ainda o apoio da prefeitura. Ele espera que o interesse pelo judô no Pan motive o público para o Mundial. "No mais tardar, espero que as vendas de ingressos comecem na segunda quinzena de julho", completa o dirigente, que já recebeu reservas de cerca de 3.000 entradas das delegações estrangeiras que participarão do evento.
Só o Japão solicitou 800 delas. E já procura locais para treinar no Rio. Enquanto a delegação quer alugar um local para servir de centro de treinamento na cidade, a campeã olímpica do peso ligeiro, Ryoko Tani, alugou o dojo do Flamengo, onde praticará com mais 30 atletas que virão só para prepará-la, de acordo com a CBJ.


As competições de JUDÔ acontecem de 19 a 22 de julho


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