São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011

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Fantasma de 86 assombra Argentina

COPA AMÉRICA
Anfitriões tentam escapar de vexame ante Costa Rica


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A CÓRDOBA

Uma série de coincidências entre 1986 e 2010 animou os argentinos para o Mundial da África do Sul. Agora, uma série daqueles campeões mundiais de 1986 coincidentemente vive momento desfavorável.
É o que acontece com Sergio Batista, técnico da seleção argentina que pode entrar hoje para a história contra a Costa Rica em Córdoba.
Nunca a Argentina foi eliminada de uma Copa América sem vencer. E está obrigada a ganhar hoje para não depender de outros resultados.
Batista herdou seu posto de Diego Maradona, a maior estrela da Copa de 1986. Se o maior ídolo naufragou no Mundial, Batista corre o risco de cair em torneio de nível mais fraco, em casa e contra uma equipe de jovens.
Carlo Bilardo, técnico em 1986, continua como diretor da federação argentina. Entrou em choque com Maradona e agora é cobrado pelo triunfo da equipe nacional.
Batista, que ainda não encontrou um time titular nem um esquema, ganhou como assistente José Brown, outro filho de 1986 e de Julio Grondona, atual presidente da federação -também ocupara o cargo em 1986.
Brown assumiu a seleção sub-17 enquanto Batista estava na sub-20, e levaram o país ao ouro em Pequim.
Nesta Copa América, há outro técnico campeão mundial de 1986: Claudio Borghi sucede Marcelo Bielsa à frente do Chile. Borghi tenta se reerguer após ir mal no Independiente e no Boca.
A situação dele é a melhor hoje dentre os argentinos do Mundial do México que viraram técnicos. Daniel Passarella foi vitorioso como treinador do River Plate, mas foi rebaixado como presidente.
Jorge Valdano, que virou treinador do Real Madrid na Espanha, deixou há pouco o posto de diretor do clube.
Burruchaga, Clausen, Garré, Islas, Pasculli e Trobbiani viraram técnicos de pouca expressão. Pumpido conseguiu êxito fora do país, ganhando até Libertadores com o Olimpia em 2002, mas não vingou no futebol argentino.
O ex-zagueiro Ruggeri teve chance em clubes grandes na Argentina, mas sua carreira não decolou. Curiosamente, Ruggeri teve Batista como seu auxiliar no San Lorenzo.
Há um comercial na Argentina agora que fala das "não coincidências", tentando ir na contramão das comparações com 1986 feitas no ano passado. Só que 1986 ainda está muito presente.


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