São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011

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Brasil cai diante da jovem Rússia

VÔLEI
Com um time de trintões, seleção brasileira perde na final da Liga Mundial pela 1ª vez desde 2002


MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Fazia nove anos que o Brasil não sabia o que era perder uma final da Liga Mundial.
Ontem, o algoz de 2002 voltou a tirar a seleção brasileira -maior campeã da história do torneio com nove títulos- do topo do pódio.
Em um jogo marcado pelo equilíbrio, a Rússia se saiu melhor nos contra-ataques, venceu o jogo decisivo por 3 sets a 2 (23/25, 27/25, 25/23 e 22/25 e 15/11), e conquistou o bicampeonato do torneio.
Para chegar ao título na Polônia, os russos apostaram em uma equipe jovem -média de 25 anos-, cujo maior expoente, Maxim Mikhaylov, tinha só 13 anos quando seus compatriotas calaram o Mineirinho impondo 3 sets a 1 na Liga Mundial de 2002.
Uma derrota que foi sentida em quadra por quatro jogadores da atual seleção, Giba, 34, Escadinha, 35, Dante, 30, e Rodrigão, 32.
Os veteranos chegaram a ajudar o Brasil a dar o troco nos russos nas finais das Ligas de 2007 e de 2010.
Mas, ontem, a experiência da seleção, cuja média de idade beira os 30 anos, não foi suficiente para bater os rivais mais jovens e altos.
A equipe europeia tem uma média de altura de 2 m -contra 1,97 m do Brasil- e conta com dois meios de rede titulares "gigantes": Dmitryi Muserskiy (2,18 m) e Alexander Volkov (2,10 m).
É verdade que ambos já eram titulares há um ano, quando a Rússia perdeu a final da Liga para o Brasil.
Mas, desta vez, o time europeu apresentou mais volume de jogo e um saque potente, que, muitas vezes, desestabilizou o passe brasileiro.
"A Rússia foi melhor e mereceu vencer", reconheceu Bernardinho. "Eles tiveram um melhor aproveitamento em contra-ataques. Neste aspecto, foram nove pontos de diferença. O saque forçado deles entrou e, devido à estatura e à capacidade de bloqueio, fica difícil jogar contra eles sem um bom passe."
Os jogadores da nova seleção russa também apresentaram uma característica pouco comum a seus antecessores, taxados de frios.
Assim como os brasileiros, vibraram intensamente após conquistarem pontos decisivos. E ainda fizeram uma certa catimba, reclamando de decisões da arbitragem.
"É maravilhoso. Nosso técnico mudou nossa cabeça, formando um nova mentalidade", disse o sorridente Muserskiy, 22, após o jogo.
Com essa nova mentalidade, a Rússia fez uma campanha quase perfeita na Liga: só uma derrota -para a Bulgária- em 17 partidas.
Duas das 16 vitórias foram justamente em cima dos atuais campeões mundiais.
Na sexta, o primeiro triunfo foi minimizado pelos brasileiros, que taxaram o duelo de "treino", uma vez que as duas equipes já estavam classificadas antecipadamente para as semifinais.
Mas ontem a vitória valeu o troféu do campeonato e o fim de uma sequência de títulos do Brasil, que se estendia desde o fim de 2008.
"Após o jogo, o Escadinha disse: "Não somos máquinas. Os outros também têm condições de vencer'", contou Giba. "Às vezes, ganhamos por detalhes, mas, desta vez, aconteceu o contrário."


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