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Estrela da NBA aposta no Brasil
Dirk Nowitzki, do Dallas, diz que seleção tem chances no Mundial do Japão e enaltece Leandrinho
Ala repete previsão de 2002,
quando sua Alemanha ficou
em terceiro e brasileiros
amargaram o oitavo posto
no torneio em Indianápolis
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em Indianápolis-2002, ele
acreditava que o Brasil era um
dos candidatos a medalha no
Mundial masculino de basquete. Dirk Nowitzki, 28, estrela do
Dallas na NBA, foi melhor em
quadra do que em sua previsão.
O ala foi o cestinha do campeonato e levou sua Alemanha
ao terceiro posto no pódio -foi
apenas a segunda participação
do país em Mundiais.
O Brasil, por seu lado, não
passou da oitava colocação.
Mesmo assim, Nowitzki emite opinião semelhante quatro
anos depois. Especialmente
após a seleção ter dado trabalho aos EUA, na derrota por 90
a 86, em amistoso na terça.
"Claro que o time a ser batido
é o dos EUA, apesar da ausência
de alguns jogadores, como o
Kobe [Bryant, que machucou o
joelho]. Todos os países da Europa podem ganhar medalha.
Além disso, tem a Argentina e,
claro, o Brasil", disse à Folha.
O ala confessou estar ansioso
para encarar o Brasil, duelo que
não ocorreu em Indianápolis.
As equipes medem forças amanhã, às 8h30, em Nanjing, pela
Copa Stankovic, torneio preparatório para o Mundial do Japão, que começa no dia 19.
"Não jogamos com o Brasil
há muito tempo. Será um jogo
interessante", disse ele, que
destaca o armador Leandrinho
como o principal nome do rival. "Sei que vocês terão um time forte no Japão. Claro que
conheço o Nenê, que não irá jogar. Mas o [Leandro] Barbosa
atuou muito bem na nossa série contra o Phoenix na NBA",
destacou Nowitzki, lembrando
as finais da Conferência Oeste,
quando o Dallas derrotou a
equipe do brasileiro por 4 a 2.
Mesmo tendo atingido o pódio em 2002, Nowitzki acredita
que será muito difícil repetir a
façanha. "Tudo pode acontecer. Nós provamos que somos
capazes de ganhar jogando em
alto nível. Contudo a competição é traiçoeira. Um dia ruim
pode nos tirar do Mundial."
Opinião que é compartilhada
pelo técnico Dirk Bauermann,
que adota discurso despretensioso. "Nosso primeiro objetivo
é ser primeiro do nosso grupo.
Basicamente, nossa meta é ganhar uma medalha. Mas somos
azarões", declarou.
Para o treinador, o grupo
tem que jogar coletivamente e
focado, como em 2002.
Concentração que não tem
faltado a Nowitzki. O jogador
tirou menos de quatro semanas de férias após a desgastante
série finais da NBA -derrota
por 4 a 2 para o Miami.
"Ele lidera pelo exemplo. Dá
tudo de si e trabalha mais duro
do que qualquer um. Não quer
tratamento especial, e isso é
contagiante. Os outros garotos
o vêm e dizem: "Se um dos melhores jogadores do mundo faz
isso, por que eu não posso fazer?". Dirk é um modelo para
todos", elogiou o treinador.
Bauermann esperava contar
com seu maior astro só às vésperas da estréia. A Alemanha
está no Grupo B, em Hiroshima, com Angola, Espanha, Japão, Nova Zelândia e Panamá.
Não bastasse isso, foi Nowitzki quem ficou mais insatisfeito com seu desempenho no
início dos treinos. Ele teve pontuação baixa nos dois amistosos contra o Canadá e na Supercopa de Berlim, quando a
Alemanha bateu a Turquia e
perdeu a final para a Itália.
"Os primeiros dois jogos foram os piores. É estranho não
ter ritmo. Joguei a temporada
da NBA em alto nível e comecei
do zero de novo", lamentou.
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