São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2006

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Estrela da NBA aposta no Brasil

Dirk Nowitzki, do Dallas, diz que seleção tem chances no Mundial do Japão e enaltece Leandrinho

Ala repete previsão de 2002, quando sua Alemanha ficou em terceiro e brasileiros amargaram o oitavo posto no torneio em Indianápolis


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em Indianápolis-2002, ele acreditava que o Brasil era um dos candidatos a medalha no Mundial masculino de basquete. Dirk Nowitzki, 28, estrela do Dallas na NBA, foi melhor em quadra do que em sua previsão.
O ala foi o cestinha do campeonato e levou sua Alemanha ao terceiro posto no pódio -foi apenas a segunda participação do país em Mundiais.
O Brasil, por seu lado, não passou da oitava colocação.
Mesmo assim, Nowitzki emite opinião semelhante quatro anos depois. Especialmente após a seleção ter dado trabalho aos EUA, na derrota por 90 a 86, em amistoso na terça.
"Claro que o time a ser batido é o dos EUA, apesar da ausência de alguns jogadores, como o Kobe [Bryant, que machucou o joelho]. Todos os países da Europa podem ganhar medalha. Além disso, tem a Argentina e, claro, o Brasil", disse à Folha.
O ala confessou estar ansioso para encarar o Brasil, duelo que não ocorreu em Indianápolis. As equipes medem forças amanhã, às 8h30, em Nanjing, pela Copa Stankovic, torneio preparatório para o Mundial do Japão, que começa no dia 19.
"Não jogamos com o Brasil há muito tempo. Será um jogo interessante", disse ele, que destaca o armador Leandrinho como o principal nome do rival. "Sei que vocês terão um time forte no Japão. Claro que conheço o Nenê, que não irá jogar. Mas o [Leandro] Barbosa atuou muito bem na nossa série contra o Phoenix na NBA", destacou Nowitzki, lembrando as finais da Conferência Oeste, quando o Dallas derrotou a equipe do brasileiro por 4 a 2.
Mesmo tendo atingido o pódio em 2002, Nowitzki acredita que será muito difícil repetir a façanha. "Tudo pode acontecer. Nós provamos que somos capazes de ganhar jogando em alto nível. Contudo a competição é traiçoeira. Um dia ruim pode nos tirar do Mundial."
Opinião que é compartilhada pelo técnico Dirk Bauermann, que adota discurso despretensioso. "Nosso primeiro objetivo é ser primeiro do nosso grupo. Basicamente, nossa meta é ganhar uma medalha. Mas somos azarões", declarou.
Para o treinador, o grupo tem que jogar coletivamente e focado, como em 2002.
Concentração que não tem faltado a Nowitzki. O jogador tirou menos de quatro semanas de férias após a desgastante série finais da NBA -derrota por 4 a 2 para o Miami.
"Ele lidera pelo exemplo. Dá tudo de si e trabalha mais duro do que qualquer um. Não quer tratamento especial, e isso é contagiante. Os outros garotos o vêm e dizem: "Se um dos melhores jogadores do mundo faz isso, por que eu não posso fazer?". Dirk é um modelo para todos", elogiou o treinador.
Bauermann esperava contar com seu maior astro só às vésperas da estréia. A Alemanha está no Grupo B, em Hiroshima, com Angola, Espanha, Japão, Nova Zelândia e Panamá.
Não bastasse isso, foi Nowitzki quem ficou mais insatisfeito com seu desempenho no início dos treinos. Ele teve pontuação baixa nos dois amistosos contra o Canadá e na Supercopa de Berlim, quando a Alemanha bateu a Turquia e perdeu a final para a Itália.
"Os primeiros dois jogos foram os piores. É estranho não ter ritmo. Joguei a temporada da NBA em alto nível e comecei do zero de novo", lamentou.


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