São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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Torcedor sofre até para entrar no estádio

DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO AO RIO

Mesmo com o menor público em jogos da seleção no Brasil nestas eliminatórias, os torcedores sofreram para entrar no Engenhão. Centenas de fãs ficaram de fora depois do início da partida. Longas filas eram formadas nos dois principais portões de acessos ao estádio.
"Isso é um absurdo. Com tão pouca gente, os organizadores conseguem fazer lambança", disse o comerciante Marcos Lemos, 29, que demorou cerca de 20 minutos na fila para entrar no estádio ao lado da noiva. A CBF informou apenas o número de ingressos vendidos (31.429), e não o público presente no estádio. A PM (Polícia Militar) estimou que foram ao Engenhão 25 mil torcedores.
Durante o jogo, o público reagiu com gritos de "Bolívia" e vaias para a seleção.
O ambiente antes do jogo, fora do estádio, era de campanha eleitoral. Militantes de candidaturas à Prefeitura do Rio distribuíam panfletos e os tradicionais "santinhos". Candidatos à Câmara de Vereadores eram propagandeados por carros de som e também por bonecos gigantes, como os do Carnaval de Olinda (PE).
Quando faltavam 30 minutos para começar a partida, as arquibancadas estavam vazias e, do lado de fora, o movimento era pequeno, para a decepção dos políticos que apostavam no corpo a corpo com torcedores.
No jogo entre Brasil e Uruguai disputado no Morumbi (SP), bastaram seis horas para que as entradas se esgotassem. Contra a Argentina, no Mineirão (MG), os ingressos acabaram em menos de dois dias. Na partida entre Brasil e Equador, realizada no Maracanã, depois de quatro dias de vendas, não havia mais bilhetes.
A pouca procura atrapalhou os cambistas. Antes do jogo, eles corriam em volta do estádio abordando os torcedores, quase sempre sem sucesso, pois as bilheterias vendiam ingressos de forma ordeira, com policiamento suficiente para a organização de filas.
Ao chegar ao Engenhão, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, procurou minimizar a ausência da torcida.
"A pouca procura dos torcedores por ingressos não faz parte do jogo. O que interessa é a seleção brasileira no campo", limitou-se a dizer o cartola.
No hotel, os jogadores não foram assediados. Ao contrário de outras cidades, o saguão ficou vazio durante todo o dia.
Apenas crianças, que moravam ao lado do hotel, tentavam autógrafos dos jogadores. Apesar do público reduzido, a PM montou um megaesquema de segurança com 600 policiais, administrados pelo comando do Gepe (Grupo Especial de Policiamento de Estádios).


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