São Paulo, quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

antes tarde...

Dupla famosa acorda, e Brasil ganha

Pela 1º vez no ano, Kaká e Ronaldinho se encontram na marcação de um gol, e seleção de Dunga vira contra o Equador

DA REPORTAGEM LOCAL

O passe, do duas vezes melhor do mundo, foi preciso. A conclusão, de primeira e feita pelo grande objeto de desejo do futebol europeu atualmente, mandou a bola para as redes.
O lance deveria ser bem banal por seus protagonistas. Mas representou muito mais.
A seleção brasileira já havia marcado 34 gols na temporada 2006, que está perto do fim. Nenhum em jogada com assistência de Ronaldinho e conclusão de Kaká -ou vice-versa.
Mais do que o gol da vitória de virada sobre o Equador (2 a 1), que não teve nada de clima amistoso, a assistência de Ronaldinho e o chute de Kaká deram sinais de vida para uma dupla sem cartaz com Dunga.
Não sem motivos. Kaká e Ronaldinho nada de importante criaram juntos na Copa do Mundo. E ambos, em especial o segundo, não passam por boa fase em seus poderosos clubes.
Mas no amistoso contra os equatorianos na Suécia, beneficiados é verdade por terem atuado com um rival com um jogador a menos desde o primeiro tempo, os dois foram essenciais numa rara vitória de virada do Brasil -nos últimos quatro anos foram apenas três.
No primeiro tempo, com Kaká em campo vestindo a camisa 10 e Ronaldinho no banco com a 20, o Equador era melhor. Tanto que marcou com Borja, aos 23min, em mais uma bola cruzada para a área em que a defesa nacional falhou. Dos quatro gols sofridos pelo time neste ano, três foram assim.
Mas o clima tenso do jogo fez o Equador perder a cabeça. Valencia acertou cotovelada em Dudu Cearense e foi expulso.
O Brasil ainda contou com a sorte para empatar antes do intervalo. A zaga rival se atrapalhou, e a bola sobrou para Fred chutar forte, aos 44min.
Na saída para o intervalo, os atacantes brasileiros, em entrevistas para a Rede Globo, queixaram-se de coisas distintas.
"Precisamos jogar mais pelas laterais", falou Fred. "O gramado está ruim", disse Robinho.
Dunga também não gostava do time, e resolveu tirar o volante Dudu Cearense para a entrada de Ronaldinho.
Valeu a pena. Além de tramarem a jogada do gol da virada, Kaká e Ronaldinho fizeram o time melhorar bastante.
O astro do Barcelona completou sua 13ª partida sem fazer gols pela seleção. Mas desta vez não foi apático. Além do passe para o tento de Kaká, bateu duas faltas com categoria, mas em ambas a bola acertou a trave do goleiro Mora.
Segundo o Datafolha, o Brasil finalizou oito vezes no primeiro tempo. No segundo, foram 14. O acerto nos passes passou de 88% para 92%. Acuado, o Equador finalizou apenas uma vez na segunda metade, contra quatro nos 45 minutos iniciais.
Kaká e Ronaldinho trocaram abraços dentro de campo e atacaram a idéia de que os dois não podem podem formar dupla. "Não é assim. Podemos jogar juntos", disse o milanista, o artilheiro da seleção na era Dunga -tem agora três gols nos quatro jogos que disputou com o técnico. "O meu entrosamento com o Kaká sempre foi muito bom, jogamos várias vezes juntos", falou Ronaldinho.
O Brasil fechará sua temporada na Suíça, contra a seleção local, no dia 15 de novembro.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Novato supera supertécnicos em arrancada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.