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"Aprendi com 2007", afirma Hamilton
Após perder campeonato do ano passado nas duas últimas corridas, inglês disputa GP do Japão disposto a mudar roteiro
Piloto da McLaren tem sete pontos de vantagem para Massa e pode fechar disputa pelo título da F-1 já na corrida seguinte, na China
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FUJI
Aos pés do Monte Fuji, o cenário é o mesmo de 378 dias
atrás. Na ponta da classificação
da F-1, o mesmo nome, Lewis
Hamilton. Mas, apesar das aparências, muitas coisas estarão
diferentes quando for dada a
largada para a antepenúltima
etapa do ano, o GP do Japão, à
1h30 de amanhã (de Brasília).
Escaldado pelo ano passado,
quando saiu de Fuji com 12
pontos a mais do que Fernando
Alonso e, podendo ser campeão
na semana seguinte, viu o sonho começar a ruir numa caixa
de brita na China e acabar de
vez em Interlagos, o inglês diz
ter aprendido com seus erros. E
afirma estar mais comedido.
"Não acho que o que aconteceu em 2007 tenha sido porque
eu ainda não estava preparado
para ser campeão", afirmou ele
à Folha, no escritório da
McLaren no Japão, após soltar
um "ciao" antes da entrevista,
na tentativa de fazer um cumprimento em português.
"Certamente as coisas ocorrem por um motivo, e o que
aconteceu, por alguma razão,
tinha que acontecer. Acho que
aquelas duas últimas corridas
do ano passado me mostraram
coisas sobre minha personalidade e fazem parte da minha
curva de aprendizado na F-1."
Resultado da experiência ou
apenas coincidência, o fato é
que o momento de Hamilton
atualmente é bem distinto do
que ele vivia ao chegar a Fuji
um ano atrás, em sua primeira
temporada na categoria.
Depois de um início avassalador, em que foi ao pódio nas
nove primeiras corridas e conseguiu duas vitórias, sua performance começou a cair. Em
cinco corridas, venceu uma e
ficou três vezes fora do pódio.
Agora, após um começo de
temporada irregular, em que
alternou belas performances
com alguns erros primários,
embalou justamente após ganhar em casa, quando assumiu
a liderança do Mundial e de onde não mais saiu -já são sete
GPs seguidos pontuando.
Nesse mesmo período, Felipe Massa, seu rival pelo título,
deixou de pontuar em três
oportunidades. Resultado disso, a vantagem do piloto da
McLaren, que chegou a ficar
em um ponto, agora é de sete.
Faltando três corridas para o
fim da temporada -a definição
do grid aconteceria após o fechamento desta edição-, dependendo da combinação de
resultados, pode sair mais uma
vez do Japão com chance de arrebatar o Mundial na semana
que vem, em Xangai. Mas o déjà-vu não assusta Hamilton.
"Eu não diria que aqueles
acontecimentos me assombrem, mas às vezes estou vendo alguma coisa no You Tube,
ou vejo uma foto minha na China, e penso: "Droga, aquilo não
deveria ter acontecido!". Mas ficou no passado e já superei."
Outra mudança no último
ano foi o comportamento do
piloto, o que acabou gerando
muitas críticas, especialmente
da mídia inglesa, que o acusou
de estar perdendo tempo demais "sendo uma celebridade".
Além de ter começado a namorar a cantora Nicole Scherzinger, seus amigos são astros
do "showbusiness". Mas Hamilton diz que não se sente estrela, apesar de entender por
que as pessoas o vêem assim.
"Acho que no meu primeiro
ano tudo foi divertido, louco, tive novas experiências, porém
agora tenho tudo sob controle.
O fato de me relacionar com essas superestrelas faz parte da
minha vida. Mas são pessoas
normais, que admiro pelo que
conseguiram, e isso é um bônus
para mim", falou, antes de baixar a guarda e, com jeito apaixonado, elogiar a namorada.
"E a Nicole é incrível... Se você um dia a conhecer, verá isso.
Ela me faz muito feliz. Quanto
a mim, continuo sendo o mesmo cara que sempre fui antes
de chegar à F-1, mas talvez agora eu seja mais comedido",
completou Hamilton, para então encerrar a entrevista com
um "obrigado", em português.
NA TV - GP do Japão
Globo, ao vivo, à 1h30 de amanhã
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