São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2008

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"Aprendi com 2007", afirma Hamilton

Após perder campeonato do ano passado nas duas últimas corridas, inglês disputa GP do Japão disposto a mudar roteiro

Piloto da McLaren tem sete pontos de vantagem para Massa e pode fechar disputa pelo título da F-1 já na corrida seguinte, na China


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A FUJI

Aos pés do Monte Fuji, o cenário é o mesmo de 378 dias atrás. Na ponta da classificação da F-1, o mesmo nome, Lewis Hamilton. Mas, apesar das aparências, muitas coisas estarão diferentes quando for dada a largada para a antepenúltima etapa do ano, o GP do Japão, à 1h30 de amanhã (de Brasília).
Escaldado pelo ano passado, quando saiu de Fuji com 12 pontos a mais do que Fernando Alonso e, podendo ser campeão na semana seguinte, viu o sonho começar a ruir numa caixa de brita na China e acabar de vez em Interlagos, o inglês diz ter aprendido com seus erros. E afirma estar mais comedido.
"Não acho que o que aconteceu em 2007 tenha sido porque eu ainda não estava preparado para ser campeão", afirmou ele à Folha, no escritório da McLaren no Japão, após soltar um "ciao" antes da entrevista, na tentativa de fazer um cumprimento em português.
"Certamente as coisas ocorrem por um motivo, e o que aconteceu, por alguma razão, tinha que acontecer. Acho que aquelas duas últimas corridas do ano passado me mostraram coisas sobre minha personalidade e fazem parte da minha curva de aprendizado na F-1."
Resultado da experiência ou apenas coincidência, o fato é que o momento de Hamilton atualmente é bem distinto do que ele vivia ao chegar a Fuji um ano atrás, em sua primeira temporada na categoria.
Depois de um início avassalador, em que foi ao pódio nas nove primeiras corridas e conseguiu duas vitórias, sua performance começou a cair. Em cinco corridas, venceu uma e ficou três vezes fora do pódio.
Agora, após um começo de temporada irregular, em que alternou belas performances com alguns erros primários, embalou justamente após ganhar em casa, quando assumiu a liderança do Mundial e de onde não mais saiu -já são sete GPs seguidos pontuando.
Nesse mesmo período, Felipe Massa, seu rival pelo título, deixou de pontuar em três oportunidades. Resultado disso, a vantagem do piloto da McLaren, que chegou a ficar em um ponto, agora é de sete.
Faltando três corridas para o fim da temporada -a definição do grid aconteceria após o fechamento desta edição-, dependendo da combinação de resultados, pode sair mais uma vez do Japão com chance de arrebatar o Mundial na semana que vem, em Xangai. Mas o déjà-vu não assusta Hamilton.
"Eu não diria que aqueles acontecimentos me assombrem, mas às vezes estou vendo alguma coisa no You Tube, ou vejo uma foto minha na China, e penso: "Droga, aquilo não deveria ter acontecido!". Mas ficou no passado e já superei."
Outra mudança no último ano foi o comportamento do piloto, o que acabou gerando muitas críticas, especialmente da mídia inglesa, que o acusou de estar perdendo tempo demais "sendo uma celebridade".
Além de ter começado a namorar a cantora Nicole Scherzinger, seus amigos são astros do "showbusiness". Mas Hamilton diz que não se sente estrela, apesar de entender por que as pessoas o vêem assim.
"Acho que no meu primeiro ano tudo foi divertido, louco, tive novas experiências, porém agora tenho tudo sob controle. O fato de me relacionar com essas superestrelas faz parte da minha vida. Mas são pessoas normais, que admiro pelo que conseguiram, e isso é um bônus para mim", falou, antes de baixar a guarda e, com jeito apaixonado, elogiar a namorada.
"E a Nicole é incrível... Se você um dia a conhecer, verá isso. Ela me faz muito feliz. Quanto a mim, continuo sendo o mesmo cara que sempre fui antes de chegar à F-1, mas talvez agora eu seja mais comedido", completou Hamilton, para então encerrar a entrevista com um "obrigado", em português.

NA TV - GP do Japão
Globo, ao vivo, à 1h30 de amanhã



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