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Em casa, Barrichello tem missão quase impossível
Piloto precisa marcar ao menos 5 pontos a mais que parceiro para adiar decisão
Brasileiro só conseguiu desempenho que busca em Interlagos em 4,4% dos
GPs que disputou tendo Button como companheiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Rubens Barrichello correrá
em Interlagos, daqui a uma semana, com uma missão: adiar a
decisão do título para a última
etapa do Mundial. Tarefa que
seria complicada por si só. E
que, num contexto histórico,
revela-se quase impossível.
Para levar a disputa a Abu
Dhabi, afinal, o brasileiro não
depende somente de seu resultado. Com 14 pontos de desvantagem para Jenson Button,
precisa contar com um mau desempenho do companheiro de
Brawn, líder do campeonato.
A matemática: o brasileiro
tem de marcar pelo menos cinco pontos a mais que o inglês.
Uma conta complicada levando-se em conta não só o desempenho de Button neste ano,
no qual deixou de pontuar só
no GP da Bélgica, como também o retrospecto da dupla.
Colegas de time na F-1 desde
a temporada de 2006, quando a
Brawn ainda era Honda, Barrichello e Button participaram
de 68 corridas nessa condição.
Em apenas três GPs, o que
equivale a 4,4% do total, o brasileiro conquistou cinco pontos
ou mais que o parceiro -foram
37 provas em que ao menos um
chegou à zona de pontuação.
Coincidentemente, nas três
ocasiões, os resultados tiveram
alguma relevância histórica.
Na primeira delas, em 2006,
recém-saído da Ferrari, Barrichello completou o GP de Mônaco na quarta colocação. Foi
sua então melhor colocação
desde a chegada à Honda.
Button, que já havia subido
ao pódio cinco corridas antes,
ficou fora da zona de pontuação, fazendo com que o brasileiro marcasse cinco a zero.
Passaram-se dois anos para
que Barrichello voltasse a emplacar tal vantagem para o parceiro. Em Silverstone, casa de
Button, fez uma corrida excelente sob chuva e conquistou
seu primeiro pódio pela Honda
-foi terceiro colocado apesar
de sofrer com um problema na
bomba de reabastecimento.
Após pegar uma poça d'água,
o inglês perdeu o controle do
carro e abandonou. No placar
daquela corrida, portanto, Barrichello conseguiu seis a zero.
A terceira e última vez em
que o brasileiro obteve o feito
foi neste ano, em Valencia,
quando conseguiu a maior vantagem de todas: oito pontos.
Enquanto Button sofreu
após uma largada ruim e acabou em sétimo lugar, Barrichello venceu pela primeira vez em
2009, naquele que foi o centésimo triunfo de um brasileiro na
F-1. Foi ainda a primeira vitória
em quase cinco anos e a primeira sem guiar uma Ferrari.
Se a situação fosse a inversa,
Button também não teria muita vantagem levando-se em
conta o retrospecto. Nessas 37
corridas em que ao menos um
pontuou, em apenas seis ocasiões o inglês marcou cinco ou
mais pontos sobre Barrichello.
Duas aconteceram nesta
temporada. No Bahrein, quando venceu e o companheiro foi
o quinto colocado, e na Turquia, quando também ganhou
(sua última vitória neste ano) e
o brasileiro não pontuou. Todas as demais foram em 2006.
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