São Paulo, domingo, 11 de outubro de 2009

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Em casa, Barrichello tem missão quase impossível

Piloto precisa marcar ao menos 5 pontos a mais que parceiro para adiar decisão

Brasileiro só conseguiu desempenho que busca em Interlagos em 4,4% dos GPs que disputou tendo Button como companheiro

DA REPORTAGEM LOCAL

Rubens Barrichello correrá em Interlagos, daqui a uma semana, com uma missão: adiar a decisão do título para a última etapa do Mundial. Tarefa que seria complicada por si só. E que, num contexto histórico, revela-se quase impossível.
Para levar a disputa a Abu Dhabi, afinal, o brasileiro não depende somente de seu resultado. Com 14 pontos de desvantagem para Jenson Button, precisa contar com um mau desempenho do companheiro de Brawn, líder do campeonato.
A matemática: o brasileiro tem de marcar pelo menos cinco pontos a mais que o inglês.
Uma conta complicada levando-se em conta não só o desempenho de Button neste ano, no qual deixou de pontuar só no GP da Bélgica, como também o retrospecto da dupla.
Colegas de time na F-1 desde a temporada de 2006, quando a Brawn ainda era Honda, Barrichello e Button participaram de 68 corridas nessa condição.
Em apenas três GPs, o que equivale a 4,4% do total, o brasileiro conquistou cinco pontos ou mais que o parceiro -foram 37 provas em que ao menos um chegou à zona de pontuação.
Coincidentemente, nas três ocasiões, os resultados tiveram alguma relevância histórica.
Na primeira delas, em 2006, recém-saído da Ferrari, Barrichello completou o GP de Mônaco na quarta colocação. Foi sua então melhor colocação desde a chegada à Honda.
Button, que já havia subido ao pódio cinco corridas antes, ficou fora da zona de pontuação, fazendo com que o brasileiro marcasse cinco a zero.
Passaram-se dois anos para que Barrichello voltasse a emplacar tal vantagem para o parceiro. Em Silverstone, casa de Button, fez uma corrida excelente sob chuva e conquistou seu primeiro pódio pela Honda -foi terceiro colocado apesar de sofrer com um problema na bomba de reabastecimento.
Após pegar uma poça d'água, o inglês perdeu o controle do carro e abandonou. No placar daquela corrida, portanto, Barrichello conseguiu seis a zero.
A terceira e última vez em que o brasileiro obteve o feito foi neste ano, em Valencia, quando conseguiu a maior vantagem de todas: oito pontos.
Enquanto Button sofreu após uma largada ruim e acabou em sétimo lugar, Barrichello venceu pela primeira vez em 2009, naquele que foi o centésimo triunfo de um brasileiro na F-1. Foi ainda a primeira vitória em quase cinco anos e a primeira sem guiar uma Ferrari.
Se a situação fosse a inversa, Button também não teria muita vantagem levando-se em conta o retrospecto. Nessas 37 corridas em que ao menos um pontuou, em apenas seis ocasiões o inglês marcou cinco ou mais pontos sobre Barrichello.
Duas aconteceram nesta temporada. No Bahrein, quando venceu e o companheiro foi o quinto colocado, e na Turquia, quando também ganhou (sua última vitória neste ano) e o brasileiro não pontuou. Todas as demais foram em 2006.


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