São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Veteranos lideraram marmelada

VÔLEI
Giba, Rodrigão e Dante se responsabilizam por jogo polêmico


DA ENVIADA A ROMA

Volta olímpica dada, prêmios recebidos, medalha no peito. Os atletas brasileiros começaram a desabafar sobre o que de fato ocorrera na noite que antecedera a polêmica derrota para a Bulgária, no sábado, dia 2, em Ancona.
Na ocasião, o Brasil já estava classificado para a terceira fase e disputaria com os búlgaros o primeiro lugar do grupo. A liderança, no entanto, era indesejada, uma vez que a vitória poderia fazer com que a equipe caísse no grupo de Cuba, único algoz dos brasileiros até então.
No último jogo da primeira fase, os cubanos venceram apertado, por 3 sets a 2.
Em uma reunião que se estendeu até as 5h da madrugada da véspera da partida contra os búlgaros, a seleção decidiu que deveria poupar o levantador Bruno do jogo e preservá-lo para a primeira partida da terceira fase.
Com Marlon ainda se recuperando de uma infecção intestinal, Bruno atuara, até então, quatro vezes sem nenhum reserva para fazer o revezamento em quadra.
Segundo o meio de rede Rodrigão, 31, Bernardinho relutou em aceitar a proposta e só se convenceu graças à intervenção de três veteranos.
"Eu, Giba e Dante fomos atrás do Bernardo e falamos para ele que o Bruno deveria ser poupado. Ele acabou aceitando", disse Rodrigão.
O central revelou que a decisão de poupar Bruno e improvisar Théo como levantador implicaria em uma derrota consciente da equipe.
"Sabíamos que, se o Théo fosse o levantador, teríamos chances remotas de vencer."
E foi o que de fato aconteceu. Murilo também fora poupado e Giba, 33, jogara em seu lugar. Os brasileiros entraram em quadra pouco dispostos a triunfar no jogo.
A Bulgária, com sua equipe reserva, também deixou a desejar. O público em Ancona vaiou a atitude das duas equipes. Alguns ficaram de costas para a quadra. Após a partida, Giba reconheceu "mancha" em sua carreira.
Os jornais italianos publicaram críticas ácidas contra a atitude dos brasileiros.
Mesmo com todos os problemas enfrentados, o ponta Dante, 30, afirma que a decisão tomada em conjunto foi fundamental para unir "ainda mais o grupo".
"A gente sabia o que estava fazendo, que receberia críticas do mundo inteiro, mas isso só nos fortaleceu. Colocaram mais sal na nossa carne", afirmou o atleta, que participou da campanha dos três títulos mundiais. (MB)


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