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OPINIÃO
Tira-teima com Cuba na decisão deu legitimidade ao terceiro título
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Foi bom para a história do
vôlei brasileiro vencer Cuba
na final. O time de Bernardinho viveu a maior polêmica
deste Mundial: perdeu de
propósito da Bulgária para
não enfrentar os cubanos na
terceira fase, eliminatória.
Na primeira fase, o Brasil
perdera para Cuba por 3 a 2.
O confronto na decisão
serviu como um tira-teima e
legitimou o título brasileiro.
Se o adversário fosse outro, ainda ficaria o questionamento: o Brasil foi campeão,
mas escolheu adversário e
fugiu de Cuba. Ok, ele escolheu adversário, mas voltou
a encontrar os cubanos na final e ganhou por 3 sets a 0.
Cuba, com força física impressionante, era a única seleção com condições de vencer o Brasil. Os problemas do
time são a recepção e a instabilidade emocional nos momentos decisivos.
E foram essas as causas da
derrota de ontem.
Foi um Mundial sofrido
para o Brasil. Nos cinco primeiros jogos, o time teve que
se virar só com um levantador, Bruno. Marlon estava
com inflamação no intestino.
Ele voltou nos dois jogos da
terceira fase, mas em algumas inversões de rede. Na semifinal contra a Itália, Bruno
machucou o tornozelo esquerdo no segundo set, e
Marlon foi para o sacrifício.
O que impressiona é como
a seleção se supera. Na decisão, o receio era que Marlon
não aguentasse jogar a partida inteira. E havia dúvidas se
Bruno poderia atuar.
Murilo foi o melhor do
Mundial. Vissotto destacou-se no fim. Mas o herói foi Bruno, que segurou a pressão e
fez um belo campeonato.
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