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TÊNIS
Legítimo número um
THALES DE MENEZES
Ser o tenista número um do
mundo não é fácil, qualquer um
sabe disso. Mas é muito mais difícil ser realmente o número um,
o melhor, o líder incontestável
do ranking mundial.
Digo isso porque existem
exemplos, antigos e recentes, de
jogadores que alcançaram o topo da lista sem convencer totalmente. O austríaco Thomas
Muster e o chileno Marcelo Ríos
são os exemplos mais recentes.
Ambos desbancaram, por períodos fugazes, o norte-americano Pete Sampras. Mas ninguém
pode comparar esses dois a
Jimmy Connors, Bjorn Borg,
Ivan Lendl ou Boris Becker.
No caso de Ríos, a juventude
conta pontos favoráveis. O bad
boy chileno ainda tem muito
chão pela frente e pode mostrar o
estofo de um verdadeiro fenômeno do tênis. Já o explosivo Muster deu o que tinha para dar.
Chegou ao topo só porque concentrou em poucas semanas
uma série de sucessos no saibro.
Os títulos são fáceis de computar, estão todos registrados em
inúmeros almanaques. Mas é em
ocasiões como no último domingo, por exemplo, que o grande
campeão mostra do que é feito.
Pete Sampras entrou na quadra coberta de Bercy para enfrentar o britânico Greg Rusedski na final do Aberto de Paris.
Minutos antes, passou por um
exame médico, no qual um competente doutor francês recomendou a ele que não jogasse. Uma
contusão nas costas comprometia toda a sua movimentação.
Sampras desprezou a orientação e entrou em quadra. O público viu a dificuldade do tenista
em flexionar pernas e tronco nas
bolas baixas. Rusedski é esperto,
percebeu o problema e usou e
abusou de bolas jogadas no pé
do rival.
Mesmo assim, Sampras resistiu
três sets, chegando a levar o segundo para o tie-break. No final,
3 a 0 para o britânico, que tem
um canhão no lugar do saque.
Sampras elogiou o adversário e
não citou seu problema nas costas em nenhuma entrevista.
Coisa de quem é o número um.
NOTAS
Uma vez rainha...
O circuito feminino, que está
numa dessas fases em que a
melhor tenista foi desbancada
do ranking por outra inferior,
com Lindsay Davenport superando Martina Hingis, também
está repleto de exemplos de legítimas campeãs. E uma delas
ressurgiu para a glória no último domingo. Mais do que vencer seu 105º título na carreira,
Steffi Graf fez em Leipzig outra
exibição do golpe mais demolidor da história do tênis feminino. Aquela direita é simplesmente inacreditável.
²
Três em um
Um maluco na Califórnia (tinha de ser lá) está construindo
um ginásio para 2.000 pessoas
que terá a primeira quadra
cambiável do planeta. Em menos de três horas, o piso de grama pode ser coberto por um
sintético, que pode ser trocado
por saibro em quatro horas.
Qual a idéia? Reunir os melhores do mundo no final do próximo ano para um torneio tira-teima, em todos os pisos.
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