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Caparam o Morumbi
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
A Prefeitura de São Paulo capou cerca de 30 mil lugares do
Morumbi -ou seja, praticamente um estádio inteiro habilitado a receber jogos da fase seguinte do Brasileirão (o limite
mínimo é de 25 mil pessoas).
Grosso modo, isso significa
que a maior fonte de arrecadação do São Paulo, clube proprietário do Morumbi, que está
escapando do rebolo pela tangente, foi reduzida, no mínimo,
a pouco mais de um terço, embora o prejuízo maior recaia sobre os demais times da província, que conseguiram a classificação. Como compensação, esses clubes não terão de pagar
pelo aluguel de um Morumbi
para 50 mil espectadores o mesmo valor que pagariam pelo
Morumbi de 80 mil, não é?
Logo, eis o tricolor sendo atingindo fundo no bolso, não bastassem as flechadas no coração
da torcida pela humilhante
campanha neste Brasileirão.
Pior, o secretário de Obras da
prefeitura vem a público e faz a
mortificante comparação: enquanto o Palmeiras cumpria
todos os acordos feitos com o
Contru, na reforma do Parque
Antarctica, o São Paulo só fez
protelar. E, pior ainda: o presidente tricolor vai à Jovem Pan e
informa que realmente não fez
o que devia, embora tenha recursos para tal, porque, se o
Contru exige amortecedores sob
as arquibancadas para amenizar o efeito apavorante do balanço, a torcida clama por jogadores.
Entre um e outro, prefere
atender à torcida. E tentar um
novo acordo com a prefeitura.
É por essas e outras que o Palmeiras está lá em cima, e o São
Paulo, lá embaixo.
Fosse eu técnico da seleção,
na primeira oportunidade, faria uma experiência com a dupla de volantes: meteria o lateral-esquerdo Júnior ao lado de
Vampeta.
Em primeiro lugar, porque Júnior está jogando demais e merece convocação. Em segundo,
porque a lateral esquerda está
congestionada de craques, como Serginho, Felipe e o próprio
Roberto Carlos.
E, em terceiro, mas talvez o
mais importante, porque esse
jogador pode ser a pedra de toque naquele setor vital da equipe, conferindo-lhe, a exemplo
de Vampeta, o perfeito equilíbrio entre combate, velocidade
e técnica.
Aliás, Luxembugo, no Palmeiras, já o colocou por ali, assim
como anda fazendo o Felipão
nos últimos jogos.
Não custa tentar.
Se já tropeço nessas lusas palavrinhas, que dirá quando me
meto com as estrangeiras? Ainda bem que me socorre o leitor
David Coles, informando que
"falta", em inglês, é "foul" e não
"fault", como grafei aqui na segunda-feira.
O pior, David, é que eu achava mesmo que fosse "foul", mas,
na correria, ao buscar refúgio
no dicionário da Hemus, escapei do "foul", mas fui derrubado pelo "fault".
Traduzindo: fugi da trombada e caí no equívoco, uma falta
menor, convenhamos.
O recuo da rodada de amanhã para o período da tarde,
segundo o próprio presidente
em exercício da CBF, foi fruto
de inspiração divina.
Deve ser por isso que Eurico
Miranda não gostou da decisão, mas acatou.
²
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, segundas e quartas-feiras
²
E-mail: helenajr@uol.com.br
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