São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

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Contra retranca, Parreira prevê fim do espetáculo

Segundo técnico, adversários da primeira fase se destacam pelo empenho na retaguarda

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LEIPZIG

O único técnico que ganhou uma Copa após empate sem gols e disputa de pênaltis tem nas mãos a melhor geração do futebol brasileiro desde 1982, viu sua equipe cair em uma chave tranqüila no Mundial da Alemanha, mas preconiza jogos duros e apertados, sem espetáculo.
"O nosso grupo tem uma característica interessante. Os três adversários [Austrália, Croácia e Japão] não se notabilizaram pela qualidade técnica, e sim pela força física, pela aplicação, pela marcação, pela velocidade", diz Carlos Alberto Parreira, o técnico do tetra que tentará o hexa em 2006.
De fato, os rivais do Brasil apresentam bons números defensivos. As médias de gols sofridos por jogo das eliminatórias pelos adversários da seleção brasileira são baixas. Se australiano e croatas levaram 0,5 gol por partida, os japoneses, outrora tidos como ingênuos, foram vazados apenas 0,4 vez por jogo do qualificatório -a criticada defesa brasileira levou quase um gol por duelo nas eliminatórias sul-americanas.
"Tecnicamente, pode parecer fácil, mas a gente não pode se iludir. Temos que ter seriedade em cada jogo", afirmou Parreira, que já optou pela formação com o chamado "quarteto mágico", descartando de todas maneiras a chance de um quinteto ofensivo.
Na partida de estréia do Brasil, dia 13 de junho em Berlim contra o rival europeu da chave, as dificuldades previstas são maiores. "Há sempre uma grande expectativa para ver como os times vão se portar em campo por ser o primeiro jogo", disse Parreira, que empatou com o time croata em amistoso insosso por 1 a 1.
A Croácia, que terá grande apoio de torcida na Copa devido aos vários croatas que vivem em Berlim e Stuttgart, jogou duas vezes na história com o Brasil e segurou o empate em ambas.
O Japão, outrora alvo fácil, tem complicado para o Brasil nos últimos tempos, como na Olimpíada de 1996 (vitória por 1 a 0) e na Copa das Confederações deste ano (2 a 2). Por essa competição da Fifa, aliás, a Austrália já chegou também a vencer o Brasil.
Guus Hiddink fez um histórico jogo contra o Brasil quando dirigia a Holanda na semifinal da Copa de 1998. Porém na Austrália dificilmente jogará aberto como fez com a seleção que dirigiu no Mundial da França. Os jogadores australianos reproduzem bastante o estilo de jogo inglês, até porque alguns de seus maiores ídolos, como Schwarzer, Cahill, Viduka, Kewell, Moore, Neill e Emerton, atuam na liga inglesa.
Japoneses, croatas e australianos levaram o mesmo número de gols nas eliminatórias (5). Os australianos passaram por repescagem contra o Uruguai sendo vazados uma vez em 210 minutos -o goleiro Schwarzer, do Middlesbrough, foi o grande herói do jogo ao defender dois pênaltis.
O Brasil posa de grande favorito, mas também de grande atração da Copa, com jogadores como Ronaldinho, Ronaldo, Adriano e Kaká venerados na Europa.
"Se o Brasil mostrar na Copa o nível da Copa das Confederações, vai ser difícil pará-lo", disse Franz Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa-2006.


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