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Contra retranca, Parreira prevê fim do espetáculo
Segundo técnico, adversários da primeira fase se destacam pelo empenho
na retaguarda
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A LEIPZIG
O único técnico que ganhou
uma Copa após empate sem gols e
disputa de pênaltis tem nas mãos
a melhor geração do futebol brasileiro desde 1982, viu sua equipe
cair em uma chave tranqüila no
Mundial da Alemanha, mas preconiza jogos duros e apertados,
sem espetáculo.
"O nosso grupo tem uma característica interessante. Os três adversários [Austrália, Croácia e Japão] não se notabilizaram pela
qualidade técnica, e sim pela força física, pela aplicação, pela marcação, pela velocidade", diz Carlos Alberto Parreira, o técnico do
tetra que tentará o hexa em 2006.
De fato, os rivais do Brasil apresentam bons números defensivos. As médias de gols sofridos
por jogo das eliminatórias pelos
adversários da seleção brasileira
são baixas. Se australiano e croatas levaram 0,5 gol por partida, os
japoneses, outrora tidos como ingênuos, foram vazados apenas 0,4
vez por jogo do qualificatório -a
criticada defesa brasileira levou
quase um gol por duelo nas eliminatórias sul-americanas.
"Tecnicamente, pode parecer
fácil, mas a gente não pode se iludir. Temos que ter seriedade em
cada jogo", afirmou Parreira, que
já optou pela formação com o
chamado "quarteto mágico", descartando de todas maneiras a
chance de um quinteto ofensivo.
Na partida de estréia do Brasil,
dia 13 de junho em Berlim contra
o rival europeu da chave, as dificuldades previstas são maiores.
"Há sempre uma grande expectativa para ver como os times vão se
portar em campo por ser o primeiro jogo", disse Parreira, que
empatou com o time croata em
amistoso insosso por 1 a 1.
A Croácia, que terá grande
apoio de torcida na Copa devido
aos vários croatas que vivem em
Berlim e Stuttgart, jogou duas vezes na história com o Brasil e segurou o empate em ambas.
O Japão, outrora alvo fácil, tem
complicado para o Brasil nos últimos tempos, como na Olimpíada
de 1996 (vitória por 1 a 0) e na Copa das Confederações deste ano
(2 a 2). Por essa competição da Fifa, aliás, a Austrália já chegou
também a vencer o Brasil.
Guus Hiddink fez um histórico
jogo contra o Brasil quando dirigia a Holanda na semifinal da Copa de 1998. Porém na Austrália
dificilmente jogará aberto como
fez com a seleção que dirigiu no
Mundial da França. Os jogadores
australianos reproduzem bastante o estilo de jogo inglês, até porque alguns de seus maiores ídolos, como Schwarzer, Cahill, Viduka, Kewell, Moore, Neill e
Emerton, atuam na liga inglesa.
Japoneses, croatas e australianos levaram o mesmo número de
gols nas eliminatórias (5). Os australianos passaram por repescagem contra o Uruguai sendo vazados uma vez em 210 minutos
-o goleiro Schwarzer, do Middlesbrough, foi o grande herói do
jogo ao defender dois pênaltis.
O Brasil posa de grande favorito, mas também de grande atração da Copa, com jogadores como Ronaldinho, Ronaldo, Adriano e Kaká venerados na Europa.
"Se o Brasil mostrar na Copa o
nível da Copa das Confederações,
vai ser difícil pará-lo", disse Franz
Beckenbauer, presidente do Comitê Organizador da Copa-2006.
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