São Paulo, domingo, 11 de dezembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ARTIGO

Não será fácil para o Brasil favorito

PELÉ
ESPECIAL PARA A FOLHA

A Copa do Mundo de 2006 poderá ser ganha ou perdida nas quatro semanas que antecedem o pontapé inicial em Munique, no dia 9 de junho.
Isso se aplica tanto ao Brasil quanto a Argentina, México e Estados Unidos. Esta é uma Copa do Mundo diferente, pois a Fifa declarou que todos terão quatro semanas livres após o fim das atividades dos clubes. Os times poderão se preparar de maneira adequada.
Isso também é importante para o Brasil, pois Carlos Alberto Parreira terá chance de se preparar adequadamente para aproveitar os jogadores que atuam na Europa, maioria do seu esquadrão.
Não será fácil para o Brasil. Muito pelo contrário. Mesmo levando em conta que a seleção brasileira é a detentora do título, a favorita e, na minha opinião, a melhor equipe, historicamente a equipe favorita da Copa do Mundo da Fifa não consegue vencer o campeonato. Em 2006, todas as seleções rivais elevarão o nível do jogo exatamente porque se trata do Brasil. Elas estarão determinadas a surpreender.
O sorteio foi bom. Nos livramos de Portugal, Holanda e República Tcheca. Antes do sorteio, o Parreira me pediu que, por favor, não pusesse a República Tcheca no grupo do Brasil porque ele realmente não queria jogar contra eles na primeira rodada; deu certo. De forma que, com relação a isso, eu fui bem cooperativo.
Depois eu encontrei o Zico e ele pediu a mesma coisa em relação ao Japão. Eu sinto muito, mas não pude ajudá-lo. Ele lembrou que da última vez que o Japão enfrentou o Brasil, na Copa das Confederações do verão passado, os japoneses jogaram muito bem e o Zico acha que eles poderiam ter ganho se não fosse por uma mudança infeliz no rumo da partida.
Quando estávamos fazendo o sorteio, me ocorreu que o Brasil pode jogar a última partida onde jogou a primeira. Ninguém mais fará isso. Mas eles jogarão o primeiro jogo em Berlim, contra a Croácia, portanto, eu espero que também joguem seu último jogo nessa cidade. Sobre o oponente... Se o Brasil estiver na final ficarei contente, seja qual for o rival.


Pelé, 65, é porta-voz da Mastercard

Texto Anterior: Técnico lamenta poucas datas para amistosos
Próximo Texto: Astro do BR-05 desfalca jogo dos melhores
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.