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ATLETISMO
Apenas um atleta, Jadel Gregório, aparece entre os cem melhores
Sem estrelas, Brasil é país que mais sobe no ano
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo sem contar com grandes estrelas internacionais, o Brasil foi o país que mais evoluiu, em
2003, no ranking da Iaaf, a entidade que comanda o atletismo.
A federação faz duas classificações: uma somando os atletas
ranqueados em cada prova e outra com as participações de cada
nação nas diversas competições.
Em ambas, a evolução é grande.
Entre os 20 primeiros colocados
do ranking por países, o Brasil
cresceu 29,2% no número de atletas ranqueados -de 48 para 62-
e viu sua participação aumentar
em 30,9% -de 55 para 72.
Os EUA, líderes do ranking da
Iaaf, foram o segundo país em
evolução, com subidas, respectivamente, de 15,4% e 16,6%. Dos
20 primeiros países da lista, dez tiveram queda no número de posições obtidas no ano passado.
"Começamos a evoluir no Pan
de Winnipeg-99. Em competições
oficiais, temos conseguido ir melhor ou igual à ultima participação", afirma João Paulo Alves da
Cunha, presidente do Conselho
Técnico da CBAt (Confederação
Brasileira de Atletismo).
Para outro membro do conselho da CBAt, Carlos Alberto Cavalheiro, uma das razões para o
crescimento é a maior profissionalização dos atletas de ponta.
"O Brasil faz mais pontos porque participa de mais provas no
exterior. Antigamente era eu e o
Luiz Alberto de Oliveira, que morávamos nos EUA, quem fazíamos os contatos para os brasileiros. Hoje eles têm agentes que fazem isso por eles", diz o técnico.
Apesar disso, a participação
brasileira no ranking geral de atletas é reduzida. Apenas Jadel Gregório, do salto triplo, figura entre
os cem melhores de 2003 -é o
87º colocado, com 1.297 pontos.
No feminino o Brasil não tem
nenhuma competidora com destaque. Maurren Maggi, que terminou o ano em quarto lugar no
ranking de salto em distância
(1.248 pontos), estaria nessa lista
se não tivesse sido pega no antidoping e impedida de competir
durante o segundo semestre.
Para efeito de comparação, a
Rússia conta com 38 atletas ranqueados entre os cem, somando o
masculino e o feminino. Os EUA
vêm logo atrás, com 28 competidores nessas classificações, seguidos pelo Quênia, com 23.
"Temos muitos atletas, mas ainda não estamos entre os primeiros. Esperamos, no futuro, poder
retirar qualidade da quantidade",
aponta Cunha. "Isso já acontece
nos Mundiais menores, em que
conseguimos colocar competidores nas finais de velocidade, meio-fundo, fundo, arremesso e saltos."
Em 2004, os brasileiros terão
uma chance a mais para chegar ao
ranking internacional, pois o país
abrigará dois GPs oficiais da Iaaf,
um no Rio, em 16 de maio, e outro
em Belém, uma semana depois.
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