São Paulo, segunda-feira, 12 de janeiro de 2004

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ATLETISMO

Apenas um atleta, Jadel Gregório, aparece entre os cem melhores
Sem estrelas, Brasil é país que mais sobe no ano

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo sem contar com grandes estrelas internacionais, o Brasil foi o país que mais evoluiu, em 2003, no ranking da Iaaf, a entidade que comanda o atletismo.
A federação faz duas classificações: uma somando os atletas ranqueados em cada prova e outra com as participações de cada nação nas diversas competições.
Em ambas, a evolução é grande. Entre os 20 primeiros colocados do ranking por países, o Brasil cresceu 29,2% no número de atletas ranqueados -de 48 para 62- e viu sua participação aumentar em 30,9% -de 55 para 72.
Os EUA, líderes do ranking da Iaaf, foram o segundo país em evolução, com subidas, respectivamente, de 15,4% e 16,6%. Dos 20 primeiros países da lista, dez tiveram queda no número de posições obtidas no ano passado.
"Começamos a evoluir no Pan de Winnipeg-99. Em competições oficiais, temos conseguido ir melhor ou igual à ultima participação", afirma João Paulo Alves da Cunha, presidente do Conselho Técnico da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo).
Para outro membro do conselho da CBAt, Carlos Alberto Cavalheiro, uma das razões para o crescimento é a maior profissionalização dos atletas de ponta.
"O Brasil faz mais pontos porque participa de mais provas no exterior. Antigamente era eu e o Luiz Alberto de Oliveira, que morávamos nos EUA, quem fazíamos os contatos para os brasileiros. Hoje eles têm agentes que fazem isso por eles", diz o técnico.
Apesar disso, a participação brasileira no ranking geral de atletas é reduzida. Apenas Jadel Gregório, do salto triplo, figura entre os cem melhores de 2003 -é o 87º colocado, com 1.297 pontos.
No feminino o Brasil não tem nenhuma competidora com destaque. Maurren Maggi, que terminou o ano em quarto lugar no ranking de salto em distância (1.248 pontos), estaria nessa lista se não tivesse sido pega no antidoping e impedida de competir durante o segundo semestre.
Para efeito de comparação, a Rússia conta com 38 atletas ranqueados entre os cem, somando o masculino e o feminino. Os EUA vêm logo atrás, com 28 competidores nessas classificações, seguidos pelo Quênia, com 23.
"Temos muitos atletas, mas ainda não estamos entre os primeiros. Esperamos, no futuro, poder retirar qualidade da quantidade", aponta Cunha. "Isso já acontece nos Mundiais menores, em que conseguimos colocar competidores nas finais de velocidade, meio-fundo, fundo, arremesso e saltos."
Em 2004, os brasileiros terão uma chance a mais para chegar ao ranking internacional, pois o país abrigará dois GPs oficiais da Iaaf, um no Rio, em 16 de maio, e outro em Belém, uma semana depois.



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