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Seguro adia processo contra cartola
DA REPORTAGEM LOCAL
Rogério Leão Zagallo, promotor
da 5ª Vara do júri encarregado da
acusação de Nairo Ferreira de
Souza e Paulo Forte pela morte de
Serginho, viu frustrada sua intenção de denunciar o presidente e o
médico do São Caetano após inclusão da perícia da Unifesp (Universidade Federal do Estado de
São Paulo) no processo.
O motivo é a investigação do seguro de vida que o jogador assinou com o BankBoston 22 dias
antes de sua morte.
Em dezembro, os familiares de
Serginho disseram que o valor da
apólice é de R$ 300 mil.
Como a política de proteção ao
sigilo da clientela do banco impede que ele revele seus contratos,
Zagallo precisou solicitar autorização judicial para que as informações da apólice integrem o inquérito que investiga a morte do
zagueiro e que já apontou a responsabilidade de Nairo e Forte.
"As informações sobre o seguro
não são essenciais para o processo, mas sem dúvida reforçam
muito as teses da acusação, por isso resolvi esperar a autorização
judicial para usá-las no processo",
explicou o promotor, acrescentando que essa nova apuração
obrigou a devolução do inquérito
para o 34º Distrito Policial.
Para o delegado encarregado da
fase policial do caso, Guaracy Moreira Filho, o aguardo das informações do seguro é um mero procedimento burocrático. "O valor
da apólice já era conhecido, mas o
banco não informou oficialmente
a quantia. Para essa informação
entrar no processo, foi necessária
a autorização judicial."
Apesar de afirmar que gostaria
de já ter dado início ao processo
judicial, "oferecendo a denúncia
ontem", Zagallo acredita que deve
apresentar o caso à 5ª Vara do júri
até o final deste mês.
O promotor reafirmou a intenção de acusar Nairo e Forte de crime hediondo -o que havia expressado à Folha em dezembro.
"Após o recebimento do laudo
da Unifesp, reforcei a convicção
de que a exposição reiterada do
zagueiro do São Caetano à atividade física competitiva conspirou
contra a moralidade médica média, o que caracteriza o motivo
torpe [e, conseqüentemente, o crime hediondo]", concluiu o representante do Ministério Público estadual.
(EF E LF)
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